A dificuldade para pagar salários e
honrar compromissos já levou pelo menos 62 municípios a decretar estado
de calamidade financeira desde o ano passado – sendo 32 deles apenas
neste mês de janeiro –, segundo a Confederação Nacional dos Municípios
(CNM). Com a medida, os prefeitos se livram temporariamente das punições
previstas pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Mas, na prática, os prefeitos têm visto o decreto de calamidade como
meio de pressão por negociações de socorro, a exemplo dos acordos
firmados pela União com Estados.
A CNM disse temer que a iniciativa seja
vista pelos novos prefeitos como uma espécie de tábua de salvação para
todos os problemas. “Estamos orientando, dizendo que o decreto em si não
tem efeito jurídico, já que precisa ser aprovado pelo legislativo
local. É um ato político”, disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. O
principal receio é de que o decreto encoraje os gestores a praticarem
“liberalidades”, como reduzir salários ou firmarem contratos com
dispensa de licitação de forma indiscriminada.
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