O presidente Michel Temer disse a
auxiliares que o “cenário ideal” para a escolha do substituto do
ministro Teori Zavascki – morto aos 68 anos em acidente de avião na
quinta-feira – seria após a presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministra Cármen Lúcia, definir o novo relator dos processos da
Operação Lava Jato na Corte.
Além da preocupação de “não atropelar” o Supremo, Temer quer evitar
um desgaste político ao escolher o sucessor do ministro. Por ser jurista
e professor de Direito Constitucional, assessores dizem que Temer deve
fazer uma indicação mais pessoal As primeiras sinalizações são de que
pode buscar um nome mais técnico para evitar críticas de que pretende
interferir nos rumos da Lava Jato. Mas a intenção inicial é dar um tempo
para que Cármen Lúcia se reúna com os outros ministros e decida os
rumos do caso. “A bola, neste momento, está com eles”, disse um assessor
de Temer.
A presidente do STF afirmou que não trataria do tema antes do funeral de Teori.
Para o ministro Gilmar Mendes, que estava na Europa e voltou para
acompanhar o enterro, a Corte deverá discutir sobre a redistribuição do
processo da Lava Jato depois das cerimônias. “Vamos aguardar os
acontecimentos, vamos aguardar a cerimônia do funeral para depois cuidar
dessas questões e dar o melhor encaminhamento”, disse o ministro.
Abatido, Gilmar afirmou que a morte de Teori é uma grande perda e
citou, por duas vezes em rápida entrevista, a necessidade de se
preservar a estabilidade do País. Ele descartou o risco de que a morte
do colega de Corte possa colocar em risco o andamento da Lava Jato. “Não
acredito (no risco). A responsabilidade institucional do Supremo está
acima de tudo.”
Ontem, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Claudio Lamachia, defendeu que o STF redistribua imediatamente os
processos da operação. Para ele, aguardar a nomeação do sucessor do
ministro para que as ações sejam redistribuídas “servirá apenas para
agravar o ambiente político-institucional do País”. “O próprio ministro
Teori Zavascki, ao nomear uma força-tarefa, durante o recesso do
Judiciário, para dar seguimento à homologação das delações da Odebrecht,
demonstrou firme determinação em não postergar matéria de tal
relevância. E é essa a expectativa da sociedade”, disse Lamachia. Via PnoAr.
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