A partir desta segunda-feira (26), deve começar a tramitar no Senado a
proposta que cria o Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero. O
texto, proposto pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), recebeu
parecer favorável da senadora Marta Suplicy (MDB-SP) na Comissão de
Direitos Humanos da Casa, na última quarta-feira (21). Com isso, assim
que for lido no plenário do Senado, ganhará um número e passará tramitar
como projeto de lei.
A minuta do texto, elaborada em 2011, foi
entregue ao Senado no ano passado, com o apoio da Aliança Nacional LGBTI
[lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais] e
de 100 mil assinaturas. Os fundamentos são os princípios da dignidade da
pessoa humana, da igualdade, da liberdade e da não-discriminação,
presentes na Constituição federal e na base do sistema político e
jurídico brasileiro.
“É imperiosa a imediata aprovação de um Estatuto da Diversidade
Sexual, que consagra uma série de prerrogativas e direitos a quem ainda
não é reconhecido como sujeito de direito: homossexuais, lésbicas,
bissexuais, transgêneros e intersexuais. Também indispensável inserir os
vínculos homoafetivos no âmbito do Direito das Famílias, com todas as
consequências em outros direitos. Somente a edição de um conjunto de
normas conseguirá impor o reconhecimento de todos os direitos a todos os
cidadãos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de
gênero. Com certeza é a forma mais eficaz para que o segmento, ainda
refém do preconceito e da discriminação, obtenha respeito e inserção
social”, justifica a OAB na proposta.
Ao dar parecer favorável na
Comissão de Direitos Humanos (CDH), Marta Suplicy lembrou que o projeto
ainda será apreciado pelas comissões competentes do Senado e depois
pela Câmara. Em defesa do texto, a senadora adiantou que considera
“nítida e robusta a constitucionalidade do texto”, que segundo ela,
corrobora o entendimento unânime do Supremo Tribunal Federal. “Essa é
uma lei que consolida a tolerância e o respeito que grande parte da
sociedade já acolheu e pratica, mas que é necessária para defender os
direitos de minorias contra a intolerância renitente e os costumes
retrógrados de grupos bem organizados”, afirmou Marta.
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