domingo, dezembro 20, 2020

Polícia e Vaticano investigam acusação de assédio e abuso sexual contra arcebispo de Belém.

Um escândalo silencioso ronda as missas nas numerosas e sempre cheias igrejas de Belém, uma capital católica — de acordo com o último censo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, 860.000 do 1,39 milhão de habitantes da cidade declaravam-se dessa religião — onde anualmente acontece o Círio de Nazaré, procissão religiosa que é uma das maiores manifestações de fé cristã do mundo com a participação de milhões de pessoas do Brasil inteiro. Em agosto passado, quatro ex-estudantes do tradicional Seminário São Pio X, em Ananindeua, na região metropolitana da capital do Pará, formalizaram no Ministério Público acusações de assédio e abuso sexual contra o arcebispo metropolitano, Dom Alberto Taveira Corrêa.

Os fatos narrados aos promotores, que pediram à Polícia Civil a abertura de um inquérito que corre sob segredo de Justiça, teriam acontecido há pelo menos seis anos atrás, em 2014 – e também em anos anteriores —, enquanto os jovens estudavam para tornarem-se padres ou estavam em processo de desligamento do seminário. Todos tinham entre 15 e 20 anos de idade quando os fatos narrados por eles teriam acontecido. A denúncia também foi encaminhada internamente na Igreja Católica. Uma missão apostólica, espécie de comissão de investigação prevista dentro do Direito Canônico, esteve em Belém neste semestre, a mando do Vaticano e ouviu todos os envolvidos, mas até o momento nenhuma conclusão foi tornada pública.

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