“Este comitê não nos representa. Não fomos convidados e aquilo que representa a saúde e a necessidade de proteção à vida dos brasileiros de São Paulo deve ser tratado com o governador do Estado de São Paulo, e não com representante”, disse Doria. “O Brasil quer vacinação, não quer comitê de adulação”, complementou, depois, em um sinal de que o eventual comitê pode nascer esvaziado.
O comitê teve a criação anunciada na manhã desta quarta em Brasília, após uma reunião que contou com o presidente, 23 ministros, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux e cinco governadores de Estado tidos como aliados de Bolsonaro, um de cada região do País. Da região Sudeste, compareceu Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais.
Além de desqualificar o comitê, Doria também fez críticas ao pronunciamento de Bolsonaro feito em cadeia nacional de TV na terça-feira para tratar da epidemia. O pronunciamento sinalizou mais uma mudança de tom do presidente em relação à crise.
“Para quem, como eu e como milhões de brasileiros, assistiu àquela farsa daquele depoimento do presidente Jair Bolsonaro ontem na televisão com mentiras, inverdades e disfarçando, até mesmo com uma máscara que nunca utilizou, não é confiável a realização de um comitê que exclui governadores que estão trabalhando para proteger vidas e defender o distanciamento social, o isolamento quando for necessário, o uso de máscaras, a aplicação de vacinas e o não uso de cloroquina”, afirmou o governador paulista.
Ao anunciar a criação do comitê, o presidente não fez referência à cloroquina, mas mais uma vez citou o “tratamento precoce” como ação para enfrentar a covid-19.
Nenhum comentário:
Postar um comentário