Um novo estudo publicado nesta semana concluiu que a má qualidade do sono é um fator de risco para doenças cardiovasculares. Pessoas que dormem menos de 5 horas por noite tem três vezes mais chances de sofrer um derrame do que aquelas que dormem 7 horas – o mínimo recomendado para adultos.
Aos 19 anos, o influenciador Guilherme Nogueira sofreu um acidente vascular cerebral. Já se passaram seis anos, e ele lembra que andava ansioso quando o AVC aconteceu: “eu ficava jogando por muito tempo até de madrugada, e aí ia dormir muito tarde e acordava cedo pra escola, então era difícil. Eu demorava pra dormir e acordava mal geralmente”.
O AVC do Guilherme foi o isquêmico, quando um coágulo bloqueia o fluxo sanguíneo no cérebro. No caso dele, foi uma artéria na lateral da cabeça.
O estudo feito por pesquisadores de 32 países concluiu que a má qualidade do sono pode aumentar – e muito – o risco de AVC. Foram analisados 4.500 pacientes que sofreram um derrame, entre eles alguns brasileiros.
Os resultados mostraram que dormir demais ou dormir de menos é prejudicial à saúde. Para quem tem menos de 5 horas de sono por noite, as chances de um derrame aumentam em três vezes. Já quem dorme mais de 9 horas por noite, os riscos são duas vezes.
A pesquisa acende um alerta para cochilos muito longos como explica o neurologista Rudá Alessi: “quando a gente tá falando de um indivíduo que dorme muitas horas durante o dia, a gente tá falando daquele paciente que tem uma hipersonia, que tem uma sonolência excessiva durante o dia, tá? Esse é um marcador muito importante de qualidade de sono ruim, ou que a gente chama de sono não reparador”.
O ronco e apneia também devem ser observados, já que podem triplicar as chances de doenças cardiovasculares – consideradas as principais causas de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
O estudo ainda mostra a associação do sono com outros fatores de risco como: a má alimentação, o stress, o uso de álcool e drogas e o sedentarismo. Não basta somente dormir bem, é fundamental uma mudança no estilo de vida com hábitos mais saudáveis.
Recuperado, Guilherme entrou em uma nova rotina, busca desconectar para se cuidar: “eu tomo cuidado pra pausar e fazer algumas coisas que eu gosto só por diversão mesmo pra relaxar. Eu tomo cuidado pra sempre balancear bem essa rotina maluca que eu tenho com horários insanos e a minha saúde”.
“A gente brinca que se a gente pudesse colocar numa cápsula, numa pílula atividade física, sono adequado e melhora do perfil alimentar, seria o remédio mais prescrito porque ele tem um impacto muito maior do que muitos remédios que a gente passa”, brinca o neurologista.
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