sexta-feira, abril 14, 2023

Na China, Haddad diz desconhecer a Shein: “Só conheço a Amazon, onde compro livros”.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou em entrevista na China que desconhece a Shein, varejista chinesa muito popular no Brasil por compras online. A declaração ocorre em meio a um reforço do governo na fiscalização de empresas asiáticas como Shein, AliExpress e Shopee.

“Vocês falam da Shein como se eu conhecesse. Eu não conheço a Shein. A única que eu conheço é a Amazon, onde compro livros todo dia”, disse em entrevista para a GloboNews na quinta-feira, 13, na saída da posse de Dilma Rousseff como presidente do banco do Brics em Xangai.

Relatório do banco BTG Pactual mostra que a varejista chinesa Shein faturou R$ 8 bilhões no ano de 2022 em negócios no Brasil.

“Concorrência desleal”

Na mesma entrevista, Haddad voltou a falar sobre a taxação de compras internacionais de varejistas estrangeiras.

O petista classificou como “concorrência desleal” com empresas brasileiras a manobra feita por companhias estrangeiras para burlar regras de importação em vendas online.

“O que está se reclamando por parte de algumas empresas é que está havendo uma espécie de concorrência desleal por parte de alguns sites. Está sendo investigado e será coibido. Melhor que pode acontecer ao consumidor e economia brasileira é uma isonomia na concorrência”, declarou Haddad em Xangai.

O assunto já vinha sendo pautado desde o ano passado por grandes empresários do ramo varejista no Brasil, como Luiza Trajano, da Magazine Luiza, e Luciano Hang, da Havan.

No início do ano passado, nomes de peso do setor e representantes de associações de comércio brasileiro levaram ao alto escalão do governo federal, à época sob comando de Jair Bolsonaro (PL), denúncias contra as plataformas estrangeiras, que fazem a importação e vendas vindas, principalmente, da China, a pessoas físicas no Brasil.

A comitiva reuniu indícios de que essas empresas — entre elas, AliExpress, Shein, Shopee e até o Mercado Livre — se beneficiavam das regras tributárias atuais e driblavam a taxação na Alfândega, principalmente com uma manobra de subfaturamento de notas fiscais, se aproveitando da regra de taxação ser, apenas, para compras acima de US$ 50 (cerca de R$ 250).

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