Com metade do prazo prometido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), as obras de recuperação da Ponte Presidente Costa e Silva, conhecida como Ponte de Igapó, chegaram a 34,65% de conclusão, segundo o órgão. Como foi iniciada no dia 12 de setembro de 2023 para ser concluída em 18 meses, os serviços precisarão avançar 65,35% em nove meses para cumprir o prazo estabelecido. De acordo com o DNIT, as obras estão dentro do cronograma.
Segundo o órgão o bloqueio atual, no sentido Igapó/Centro, devem durar cerca de 12 meses e devem ser seguidos de outros seis meses de interdição no sentido contrário. Como o canteiro de obras foi instalado na pista no sentido Centro, apenas um dos lados da ponte está liberado com suas duas vias funcionando em mão dupla. Para quem precisa fazer a travessia sobre o rio Potengi, os transtornos têm sido diários e não apenas em horário de pico, devido a morosidade no trânsito, que provoca aumento no tempo de deslocamento.
Antônio Gustavo, 26, é um dos milhares afetados pela obra da Ponte de Igapó. Estudante na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ele realiza esse trajeto diariamente e diz que tem lhe provocado desgaste físico e emocional. “Devido à essa obra, tenho evitado sair de casa e passar pela ponte, o que tem impactado significativamente minha rotina. Para fugir do congestionamento, estou forçado a evitar horários de pico, resultando em minha permanência prolongada na universidade”, conta o estudante.
Durante a tarde da quarta-feira, quando a reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve no local, cerca de 30 trabalhadores estavam em serviço em toda extensão da Ponte, em grupos de três a seis pessoas. De acordo com o DNIT, estão sendo executadas várias frentes de serviço, sendo elas: recuperação e reforço das estacas de fundação, blocos de coroamento e pilares, recuperação de vigas e do tabuleiro, construção de suportes para suspensão do tabuleiro, troca de aparelhos de apoio, recuperação de dispositivos de segurança (barreiras New Jersey), passeio e guarda-corpo, e análise das condições estruturais do tabuleiro da ponte e recomposição do revestimento asfáltico.
Anizio Borges, 55, é natural de São Paulo, mas mora em Natal há 12 anos. Como motorista de aplicativo, ele diz que já levou mais de 1h para atravessar a a ponte no sentido centro. “Corridas que antes custavam R$ 35, hoje chegam a R$ 60 para o passageiro, principalmente durante a manhã, quando somos obrigados a utilizar a Ponte Newton Navarro”, comenta.
Dessa forma, nem todos querem trabalhar com corridas na região. Caio Santos, 29, também é motorista de aplicativo e diz que o deslocamento não compensa. “Eu evito fazer corridas para Zona Norte. Com essas obras na Ponte de Igapó, o trânsito é muito grande”, relata.
Desde o dia 8 de janeiro, o DNIT restringiu o tráfego de veículos na Ponte de Igapó, no sentido Centro. De 6h às 8h, apenas transporte público está autorizado a circular, fazendo com que os veículos de passeio precisem utilizar a Ponte Newton Navarro, que está a cerca de 9km de distância.
Fernanda de Oliveira, 22, mora na Zona Norte, mas trabalha em Parnamirim e diariamente utiliza a Ponte de Igapó através do transporte público. “São muitas horas de deslocamento só por causa desse percurso. Isso me dá até uma sensação de que eu trabalho bem mais por dia”, relata.
Essa também é a reclamação de Franklin Soares, 32, que afirma precisar sair mais cedo de casa para não se atrasar no trabalho, que fica na zona Sul da cidade. “Sofremos, independente da hora e do dia, com essas interdições”, reclama.
Durante o mês de abril, as obras atingiram a marca de 24%. Ainda de acordo com o DNIT, os serviços custarão R$ 20 milhões e o prazo contratual atual encerra em janeiro de 2025.
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