O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o que chamou de meios de pagamentos alternativos para o Brics em seu discurso na abertura da cúpula do grupo. Ele participou por videoconferência depois de ter sua viagem a Kazan, na Rússia, cancelada por conta de um acidente doméstico.
“Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países. Não se trata de substituir nossas moedas. Mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional. Essa discussão precisa ser enfrentada com seriedade, cautela e solidez técnica, mas não pode ser mais adiada”, declarou.
Na cúpula do ano passado, em Joanesburgo, na África do Sul, Lula chegou a defender que o grupo fizesse transações comerciais em outra moeda que não o dólar.
Segundo ele, a iniciativa não mudaria a moeda dos países integrantes, mas criaria uma nova moeda comum para permitir negócios sem a necessidade do uso do dólar.
Na declaração final de 2023, assinada pelos 5 chefes de Estado do Brics, o tema foi tratado como algo para o futuro. Criou-se uma tarefa para que os ministros da Fazenda do bloco estudassem o tema e levassem suas propostas para a cúpula do Brics de 2024.
“Nós expressamos a importância de encorajar o uso de moedas locais em transações internacionais e financeiras entre os países do Brics, assim como seus parceiros comerciais”, escreveram à época.
A ideia inicial era criar uma unidade de referência, que já é chamada informalmente de R5, para facilitar o comércio entre os países do grupo com moedas locais.
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