A inovação tecnológica tem sido uma ferramenta importante para melhorar a eficiência na saúde pública. Um exemplo é a criação do Regula NAE, sistema do Núcleo de Apoio Especializado da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) que tem levado medicina especializada de qualidade a 80 unidades da rede de saúde do Rio Grande do Norte.
Desenvolvido em 2022 pela Unidade de Gestão de Tecnologias e Sistemas de Informação e Comunicação (UGTSIC) da Sesap, o Regula NAE otimiza a emissão de pareceres médicos em várias especialidades e, muitas vezes, evita deslocamentos desnecessários de pacientes entre municípios e unidades de saúde.
O Regula NAE já oferece acesso online a pareceres médicos em 12 especialidades, incluindo nefrologia, urologia, cirurgia vascular, pediatria, cardiologia, ortopedia, neurologia, endoscopia digestiva alta, neurocirurgia, cirurgia cardíaca, cirurgia torácica e tomografia .
Entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, o sistema registrou 20.396 chamadas, sendo 17.946 apenas em 2024 , uma demanda que tem potencial de crescer ainda mais. A ampliação do serviço já está em curso, com a inclusão de genética médica e infectologia nas próximas etapas, além da perspectiva de novas especialidades, como cirurgia plástica e nutrologia , nos próximos meses.
Além de facilitar o acesso a especialistas, o sistema tem impulsionado melhorias estruturais nos municípios. Para acessar o sistema do NAE, as unidades de saúde precisam contar com uma estrutura básica de pronto-socorro, incluindo laboratório, raio-x e leitos .
Como resultado, mais de 20 municípios que não possuíam essa estrutura passaram a contar com esses serviços , elevando a qualidade do atendimento à população local. Com isso, muitos casos simples que eram transferidos para hospitais maiores agora são resolvidos na unidade municipal, com menor custo e mais conforto aos pacientes. A expectativa é que cada vez mais municípios invistam nessa estrutura, fortalecendo o atendimento descentralizado e eficiente.
No caso da urologia, por exemplo, 70,59% dos chamados foram concluídos e orientados e apenas 29,22% precisaram ser encaminhados para o hospital de referência. Na nefrologia, 88% dos pacientes que precisaram de parecer médico nessa especialidade puderam continuar o tratamento na unidade de origem, sem precisar de transferência.
Nos casos de necessidade de um pediatra, 87,34% dos casos receberam a devida orientação do especialista quanto à conduta a ser adotada e apenas 12,66% dos pacientes precisaram ser encaminhados para o Hospital Maria Alice Fernandes. Os números da ortopedia são ainda mais expressivos: 92,86% dos chamados foram concluídos e orientados. E na cardiologia, todos os chamados do período foram atendidos no local de origem do paciente.
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