Ex-jogador diz saber de cartolas que abusaram de jogadores menores de idade: "Mas eu não vou falar" |
O ex-jogador e atual comentarista esportivo Neto afirmou que é muito comum "a homossexualidade nas categorias de base" dos clubes de futebol brasileiro. A afirmação foi feita em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo". A repórter, então, questionou o motivo que poderia existir para que houvesse mais atletas homossexuais nas categorias de base do que no profissional.
Neto, então, explicou que o que existe, desde a época em que era jogador, nas décadas de 1980 e 90, é um assédio sexual, por parte de dirigentes de futebol, que se aproveitariam da condição econômica vulnerável dos pequenos atletas para exigir-lhes favores íntimos. As declarações de Neto, porém, não vieram acompanhadas de provas ou de nomes de pessoas envolvidas nos supostos crimes que o ex-jogador narra.
"Muita gente usa o poder como diretor, como técnico, como outras coisas, para usar do benefício sexual com os meninos (das categorias de base)", disparou o ex-atleta. Neto admitiu também que tomou conhecimento de atos como esse, embora jamais tenha denunciado à polícia, quando era gerente de futebol, na década de 2000.
"Essas coisas não são divulgadas, mas quando eu trabalhei como gerente de futebol (no Guarani) e quando fui jogador, a gente sabia disso. É velado. Para falar a verdade, é uma coisa muito séria, que o ministro dos Esportes e as autoridades deveriam olhar mais", recomendou o comentarista.
Ao ser diretamente questionado se violências desse tipo já teriam acontecido com algum "amiguinho" seu, Neto encerrou o assunto: "Ah, se eu estou falando isso é porque já, né? Mas eu não vou falar".
O comentarista ainda falou a respeito da possibilidade de entrar para a política. Segundo ele, já houve convites de alguns partidos, como PPS e PTB. Para o ex-jogador, que diz estar ganhando bem como apresentador de TV, não seria a hora, ainda, de se candidatar a um cargo público. Por fim, o ex-ídolo do Corinthians comentou também que vem assistindo a aulas de português, e chamou-se de "idiota" por não ter estudado além da quarta série. "Como estudei até o primário, tenho dificuldades. Faço aula particular uma vez por semana", revelou.
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