O conjunto de moedas, com cerca de 1.500 anos, está em perfeito estado de conservação, o que permitiu aos arqueólogos fazerem a leitura das inscrições e datá-las.
As 53 moedas têm representações dos governantes do Império Romano durante o período da Antiguidade Tardia, no ocidente.
Estão identificadas três moedas do período de governo do imperador Valentiniano I e sete de Valentiniano II.
Datadas do período de Todósio I contaram-se 15, e de Arcadi, 17 moedas. Do governo de Honório somam-se ao conjunto dez moedas e existe ainda uma não identificada porque a inscrição foi riscada.
"Este é um dos maiores conjuntos de moedas de ouro romanas encontradas na Espanha e na Europa", diz Jaime Molina Vidal, chefe da equipe de arqueólogos subaquáticos da Universidade de Alicante e professor de história antiga.
Molina Vidal diz que a descoberta é "excepcional" em nível arqueológico e histórico, "uma vez que pode oferecer uma infinidade de novas informações para compreender a fase final da queda do Império Romano Ocidental", citado na publicação espanhola El Mundo. "É como se tivessem sido feitas ontem", acrescentou.
A equipe de pesquisadores considera a hipótese de se tratar de um tesouro ocultado propositadamente para o proteger. "Há a possibilidade de que as moedas pudessem ter sido escondidas intencionalmente por um rico proprietário de terras, num contexto de saques como os que os alanos estavam perpetrando no território naquela época". A ideia do dono seria regressar mais tarde para resgatar as moedas. Não foi o caso.
Os arqueólogos afirmam que "o achado documenta um momento histórico de extrema insegurança, com a chegada violenta à Hispânia de povos do norte, caracterizados como bárbaros (suevos, vândalos e alanos) e o fim definitivo do Império Romano na Península Ibérica a partir de 409 DC", acrescentam.
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