“A expectativa é muito boa. Saí de Tóquio preparada, tive um resultado muito bom lá e agora é manter os treinos para melhorar mais ainda e buscar outra medalha, agora de ouro”, disse Mariana à Agência Brasil.
“Será uma competição forte. Em Tóquio, eram oito [atletas por categoria]. Na Geórgia, podem ser 20. Mas estou bem preparada, tanto fisicamente como psicologicamente”, completou a medalhista de ouro da categoria até 73 quilos, que foi prata no último Mundial, realizado em Nur-Sultan (Cazaquistão), em 2019, na disputa por equipes mistas, ao lado de Bruno Carra e Evandro Rodrigues.
Chegar como atual detentora da coroa da categoria fará de Mariana a atleta mais observada pelas rivais no Mundial. Lidar com a pressão, no entanto, não parece que será difícil para a jovem de Itu (SP), que tem nanismo (baixa estatura). No halterofilismo paralímpico, os competidores não são divididos pela deficiência, mas conforme o peso.
“Tenho amadurecido com as experiências. O nervosismo só atrapalha. Sei que o que faço na competição é o mesmo que faço nos treinos. [Em Tóquio] fiquei bem tranquila. Sabia que a medalha viria. Era meu objetivo, meu foco. Tinha a adrenalina, mas nada de medo ou nervosismo. Nem eu mesmo acreditei que estava calma daquele jeito”, recordou a brasileira.
“Fiquei surpreso com o equilíbrio emocional
da Mariana. Ela aqueceu ao lado da adversária principal, a chinesa [Lili
Xiu, que foi prata]. Começaram a fazer pressão, jogar a barra, dar
gritos, mas a Mariana simplesmente ignorou, virou as costas, fingiu que
nada estava acontecendo. Ela dizia o tempo todo que queria ganhar o
ouro, desde Hamamatsu [cidade japonesa onde a delegação brasileira fez
aclimatação antes de ir para Tóquio]. Estava certa de que disputaria o
ouro. Isso fez diferença”, completou o técnico da atleta, Valdecir
Lopes.
A maturidade de Mariana, que iniciou na modalidade em 2015, chama atenção pela juventude. A brasileira era a segunda mais jovem entre as finalistas da categoria dela em Tóquio. Das oito competidoras, cinco tinham mais de 30 anos. A chinesa Xiu, vice-campeã, tem 40 anos, um a mais que a francesa Souhad Ghazouani, recordista mundial do peso e medalhista de bronze no Japão.
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