quinta-feira, novembro 11, 2021

Seis em cada dez servidores já presenciaram atos antiéticos.

Seis em cada dez servidores públicos federais afirmam já ter observado, em algum momento de suas carreiras, um colega de trabalho agir de forma antiética. Embora 38% deles acreditem que atualmente não sejam cometidos atos contrários à ética pública nos órgãos em que trabalham, quase metade (47,6%) deles julga que há, sim, nos locais onde estão lotados, quem ainda incorra em práticas ilícitas.

Os dados constam de pesquisa censitária sobre ética e corrupção no serviço público federal cujos resultados o Banco Mundial divulgou hoje (11). Realizado em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério da Economia e Escola Nacional de Administração Pública (Enap), o estudo consultou, de forma remota, mais de 22 mil servidores de todo o Brasil, entre os dias 28 de abril e 28 de maio deste ano.

Entre os 58,7% dos entrevistados, que responderam online já ter presenciado outro servidor cometer ato antiético, os relatos mais frequentes são de casos em que alguém se valeu do cargo público para obter vantagens para amigos ou parentes ou deixou de cumprir leis, normas ou regras por pressão de seus superiores hierárquicos. Além disso, 33% dos entrevistados afirmaram ter sofrido, nos últimos três anos, algum tipo de pressão para flexibilizar regras e procedimentos organizacionais, ignorar atos indevidos ou compartilhar informações de acesso restrito.

Parcela minoritária dos entrevistados aceitou responder a uma pergunta específica sobre os impactos da pandemia da covid-19 para controle e transparência na contratação de serviços e a compra de produtos por órgãos federais. A partir das respostas, os pesquisadores concluíram que a percepção dos servidores é que as práticas antiéticas aumentaram durante a pandemia. Para 56% dos entrevistados, práticas como a interferência política aumentaram (26,3%) ou permaneceram iguais (29,5%) durante o período.

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