De acordo com o neurocirurgião Rodrigo Faleiro, um dos pesquisadores que participaram do estudo, estando a enzima em níveis normais, a tendência é de que o trauma seja “de baixa intensidade”, não sendo então necessário fazer a tomografia.
“Apenas com um exame de sangue, você pode determinar se o trauma foi importante ou não”, explica o neurocirurgião, referindo-se à pesquisa que foi conduzida pelo grupo de estudo de lesões encefálicas traumáticas de Minas Gerais, que reúne pesquisadores da Faculdade de Medicina e do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG; da Santa Casa de Belo Horizonte; e do Hospital João XXIII. Segundo a UFMG, a investigação é inédita em humanos. Até então tinha sido feita apenas em animais.
Faleiro, que é médico do Hospital João XXIII, explica que esse exame pode ser usado em situações onde atletas tenham apresentado concussão durante atividade esportiva, como uma partida de futebol. “[Nessa situação,] podemos dosar a enzima. Se ela estiver aumentada, levaria à necessidade de afastamento. E se estiver normal, o jogador poderia continuar na competição”, disse ele ao citar um exemplo prático de aplicação do objeto de estudo.
O médico, no entanto, pondera que esta é apenas uma das perspectivas que o estudo abre. “Ainda está um pouco longe de se incorporar na rotina do hospital, mas, se em algum momento, o exame de sangue mostrar um custo-benefício interessante, isso pode ser usado na triagem dos pacientes”, complementou o neurologista referindo-se aos caminhos que a pesquisa abre para novas abordagens de traumatismo cranioencefálico.
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