Ano de eleição é um ano diferente. Assim é na política, e assim também é para uma série de negócios que experimentam um momento ímpar em época de processo eleitoral. O investimento dos candidatos na campanha faz o dinheiro circular para uma cadeia de atividades das mais variadas. Da agência de publicidade e propaganda ao aluguel de carros de som. Das pequenas gráficas às empresas de segurança privada. Com a propaganda eleitoral aberta no dia 6 de julho o movimento começa a se aquecer na economia da eleição.
O investimento feito no processo eleitoral guarda características diferenciadas para determinados setores. Na publicidade e propaganda, por exemplo, a verba aplicada pelos candidatos fica concentrada nas empresas de maior porte que trabalham com marketing político. Por outro lado, o setor gráfico recebe recursos pulverizados, principalmente quando se trata de eleição municipal, na qual a quantidade de postulantes aos cargos públicos é bem maior do que nas campanhas estaduais. As contratações temporárias ocorrem nos dois casos.
A economia da eleição também abre espaço para os trabalhadores autônomos. Para o gerente de Orientação Empresarial do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN), Edwin Aldrin da Silva, uma oportunidade para fomentar a formalização dos pequenos negócios. "O candidato precisa prestar contas e necessita de nota fiscal. O pessoal que presta serviço precisa estar formalizado", explica. Neste nicho se insere a modalidade do Microempreendedor Individual (MEI), que fatura até R$ 60 mil por ano.
Enquanto alguns negócios comemoram a demanda eleitoral, outros deixaram de contar com a eleição para engordar o caixa. Desde 2006, quando a legislação eleitoral proibiu a entrega de brindes (camisas, canetas, bonés, entre outros), o uso de outdoors e a promoção dos chamados "showmícios", muita gente deixou de ganhar com as campanhas. De acordo com o advogado especialista em direito eleitoral, Daniel Monteiro, o objetivo de reduzir a interferência do poder econômico na eleição foi atingido em certa medida, porém os investimentos continuam altos no período.
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