Dr. Jetson Luís Franceschi
chegava às 7h, estacionava seu BMW junto de uma Unidade Básica de Saúde, batia
o ponto e saía para atender em sua clínica particular; no Facebook, atacava o
programa do governo que leva médicos a regiões carentes do Brasil, alegando que
"não faltam médicos, falta governo!"
Uma
notícia lamentável. Um médico, que deveria trabalhar três horas por dia numa
Unidade Básica de Saúde (UBA) do Paraná, não cumpria seu horário para atender
seus clientes particulares. Enquanto isso, fazia duras críticas ao programa
Mais Médicos, do governo, afirmando que há “incompetência do PT” e que “falta
governo”, e não médicos no País.
O Dr.
Jetson mantém uma página no Facebook.
Nela,
quase todos os dias, posta fotos e textos atacando o “Mais Médicos”, o governo
e a qualidade dos médicos estrangeiros, em especial os cubanos.
O Dr.
Jetson pode ser um bom médico e tem o direito, querendo, de ser médico apenas
em consultório particular.
Mas não
tem o direito de ocupar “ausente” um lugar que precisa ser ocupado por alguém
que possa estar presente para atender mulheres – e gestantes, ainda por cima.
E muito
menos de criticar e agredir quem está disposto a fazê-lo.
Menos
ainda de, com um caso destes, ajudar a formar na população um conceito sobre os
médicos que eles – inclusive a maioria dos que são contra o Mais Médicos – não
merecem.
O
problema da saúde brasileira não é o de médicos “picaretas”. Muito do que dizem
os adversários do Mais Médicos sobre precariedades na rede de Saúde é verdade e
é um déficit histórico que vai custar a ser resolvido.
E um bons
caminhos é que haja médicos nas Unidades Básicas de Saúde como aquela em que o
Dr. Jetson deixava abandonada.
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