Marcos Dionísio. |
A maioria das pessoas assassinadas em todo o Rio Grande do Norte
durante este ano é composta por homens com menos de 30 anos, solteiros e
negros. É o que apontam os dados divulgados pelo Conselho Estadual de
Direitos Humanos (CEDH), com base nos registros do Instituto
Técnico-Científico de Polícia (Itep). Na opinião do presidente do
Conselho, o advogado Marcos Dionísio, tais dados sinalizam que “estamos
matando nosso futuro”. Além disso, os números mostram que a maior parte
dos homicídios se trata de execuções cometidas com uso de armas de
fogo.
Os dados divulgados pelo CEDH revelam que, até o último dia 16 deste
mês, 1269 pessoas foram assassinadas no RN durante este ano. Desses,
1177 são homens, o que representa 92,7% das vítimas. Dos mortos, 788
tinham idade até 29 anos, ou seja, 62% dos indivíduos. Os solteiros
somam 897 (70,6%) e os negros são 578 (45,5%).
Esse levantamento aponta ainda que 1079 pessoas foram mortas por
armas de fogo no RN desde janeiro deste ano. Isso representa 85% dos
casos. A motivação para tais crimes, segundo o estudo feito pelo CEDH, é
caracterizada como execução em 928 dos casos, ou seja, 73% dos
assassinatos.
O estudo do CDEH demonstra ainda que, se comparado ao mesmo período
do ano passado, apenas a quantidade de negros assassinados no RN
apresentou queda em 2014. Isso porque, conforme os dados divulgados,
entre 1º de janeiro e 16 de setembro em 2013, 902 negros foram
assassinados. No mesmo período deste ano, foram 578 vítimas de cor
negra. Ou seja, uma redução de 35,9% de vítimas dessa etnia.
No restante, houve aumento no número de homens mortos nesse período
em 12,4% (de 1047 em 2013 a 1177 em 2014); no número de jovens com menos
de 29 anos em 24,7% (de 631 a 788); e de solteiros em 9,12% (de 822 a
897).
Para Marcos Dionísio, o perfil dos assassinados no RN evidencia que a
sociedade potiguar “tem sido levada a pensar nas soluções para os
problemas de Segurança Pública no estado de forma preconceituosa e
intolerante”.
Ainda para o presidente do CEDH, para contornar essa situação, é
preciso “fortalecer as instituições de polícia e justiça, garantindo a
punição aos culpados por esses crimes e trazer de volta uma cultura de
paz à nossa sociedade”. Via PnA.
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