O Papa Francisco elogiou ontem domingo (21), na capital albanesa, a
convivência pacífica entre as religiões que coexistem neste país e disse
que “ninguém pode usar Deus como escudo” quando pratica atos de
terrorismo. Francisco fez as declarações em encontro com o chefe de
Estado albanês, Bujar Nishani, no palácio presidencial.
“Que ninguém tome a religião como pretexto para as próprias ações,
contrárias à dignidade do homem e aos seus direitos fundamentais,
principalmente a vida e a liberdade religiosa de todos”, acrescentou o
papa, que deve passar 11 horas em Tirana.
De acordo com o pontífice, o que acontece na Albânia demonstra que a
convivência pacífica e frutífera entre pessoas e comunidades que
pertencem a religiões distintas não só é desejável, mas também possível e
realizável de modo concreto. Para ele, este é um “bem precioso”, que
“adquire relevância especial em um tempo em que grupos extremistas
desvirtuam o autêntico sentido religioso”.
Francisco lembrou os católicos que foram assassinados durante o
período comunista na Albânia, um país que, segundo ele, “depois do
inverno de isolamento e perseguições, chegou, por fim, à primavera da
liberdade”, com eleições livres e novas estruturas institucionais. Ele
ressaltou, porém, agora surgem novos desafios que necessitam de
respostas e, “em um mundo que tende à globalização econômica e cultural,
é preciso esforçar-se para que o crescimento e o desenvolvimento
estejam à disposição de todos, e não só de uma parte da população.”
“O desenvolvimento não será autêntico se não é também sustentável, se
não leva em conta os direitos dos pobres, nem respeita o ambiente”,
reforçou Francisco.
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