(Foto reprodução/Google)
Usar enxaguante bucal pode parece um
excesso de higiene inofensivo, mas não é. Estudos associam o uso
frequente e a longo prazo dos antissépticos bucais com o aumento da
incidência do câncer de boca. É sabido, atualmente, que o consumo de
bebida alcoólica é um dos fatores de risco para desenvolver a doença,
mas, para isso, a pessoa deve beber com frequência. Como os enxaguantes
bucais com álcool contêm uma porcentagem etílica alta, o risco pode ser
equiparado com aquele de quem bebe todos os dias.
O oncologista e diretor do núcleo de
cabeça e pescoço do Hospital A.C. Camargo Cancer Center, Luiz Paulo
Kowalski, conta que quem usa diariamente e por um extenso período esse
tipo de enxaguante bucal tem um aumento de três a quatro vezes da chance
de desenvolver câncer. “Ao menos há uns 50 anos se atribui ao álcool e
tabaco os riscos do câncer de boca”, diz o médico.
O álcool pode eliminar bactérias
protetoras e facilitar a multiplicação daquelas substâncias maléficas
que eventualmente são resistentes. As bactérias, então, transformam o
etanol em acetaldeído, substância altamente cancerígena. E daí vem o
risco que os médicos tanto falam.
O estomatologista Artur Cerri explica
que o uso frequente agride a flora normal da boca. “Alguns enxaguantes
contêm potentes antibióticos, e esses medicamentos não são seletivos:
matam bactérias boas e ruins. Aquelas que fazem a defesa da boca são
mortas e os fungos insensíveis aos antibióticos podem se proliferar.”
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