No período mais quente do ano, a desidratação provocada pelo forte calor aumenta os casos de pedra nos rins.
O alerta é da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, que aponta
crescimento de 30% no atendimento de pacientes com o problema no Centro
de Referência em Saúde do Homem. A ingestão de água, a diminuição de sal
e uma dieta rica em frutas e legumes contribuem para a prevenção da
doença. Quando não tratadas corretamente, as pedras podem levar à perda
do órgão.
“Um ou dois meses depois da época de maior calor, temos o aumento
desses casos no pronto-socorro. Nesse período, as pessoas acabam
desidratando, transpiram mais e o rim tem menos líquido para filtrar. As
impurezas do rim ficam concentradas na urina, o que pode levar à formação de cristais
que vão formar os cálculos”, explicou o urologista Fábio Vicentini,
responsável pelo ambulatório de cálculo renal do Hospital Brigadeiro.
Tendo em vista que estamos nos meses mais quentes do ano, ele lembra:
“agora é a hora da prevenção”.
Vicentini diz que algumas pessoas reclamam de beber água durante todo
o dia e, por isso, é importante considerar outros alimentos que
auxiliam na prevenção. “Não é só água. O líquido que ajuda também são os
sucos cítricos, como laranja, limão. Eles contêm uma substância, o
citrato, que ajuda a não formar a pedra”, destacou. Além disso, lembra
que frutas como a melancia e a maçã têm bastante água. Um jeito simples
de saber se a pessoa está suficientemente hidratada é observar a cor da
urina. “Quanto mais transparente, melhor”.
O consumo em excesso de sal e proteína também favorece a formação de cálculos. Produtos de origem
animal, como manteigas, especialmente para pessoas com histórico
familiar da doença ou que já tenham manifestado o problema, devem ser
consumidos com prudência. Nesses casos, o leite desnatado é melhor opção
em relação ao integral, informou a secretaria. Alimentos embutidos como
presunto, bacon e linguiça, além de serem proteína, são ricos em sódio
e, portanto, devem ser evitados. “Uma dieta balanceada vai ser boa para
tudo, inclusive para os rins”, explicou Vicentini.
O urologista lembra que, como o período de maior calor dura
de quatro a cinco meses, ele é suficiente para a formação da pedra.
“Ela pode se formar em pouco tempo, de 15 a 20 dias. O crescimento dela
vai variar. Às vezes continua pequena, mas pode crescer rápido”,
alertou. De acordo com
o médico, pedras a partir de 4 a 5 milímetros (mm) podem causar dor. O
risco de pedras é maior em indivíduos com histórico na família. A doença
atinge 10% dos homens e 7% das mulheres, conforme dados da secretaria.
O tratamento varia de acordo com cada paciente – o tamanho e a
posição da pedra são considerados. “Normalmente, 70% das pedras são
eliminadas”, observou. Uma das formas de tratamento menos invasiva é a
litotripsia, uma terapia sem cortes que bombardeia as pedras. Cerca de
800 procedimentos como esse são feitos por ano no Centro de Referência
em Saúde do Homem. Há casos em que são necessárias cirurgias. Uma média
anual de 400 procedimentos desse tipo são feitos na unidade.
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