A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condenou, em nota, o aborto para
casos de microcefalia e afirmou que o aumento dos casos da doença em
bebês não pode ser usado como uma justificativa para a interrupção da
gravidez. Grupos que militam pela legalização do aborto anunciaram nas
últimas semanas que pretendem levar a questão para a análise do Supremo
Tribunal Federal (STF).
A CNBB classifica esta iniciativa como
“total desrespeito ao dom da vida”. O presidente da CNBB, Dom Sérgio da
Rocha, se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, no final da tarde
desta quinta-feira, no Palácio do Planalto, apresentou a posição da
Igreja contra o abordo dos bebês doentes e ofereceu ajuda ao governo na
mobilização da comunidade católica para o combate ao Aedes aegypti.
Na nota, a CNBB destaca que “merece
atenção especial o vírus zika por sua provável ligação com a
microcefalia”, mas ressalva que essa relação “não foi provada
cientificamente”. Em seguida, ressalta que “o estado de alerta, contudo,
não deve nos levar ao pânico, como se estivéssemos diante de uma
situação invencível, apesar de sua extrema gravidade”. Insiste também
que, “tampouco justifica defender o aborto para os casos de microcefalia
como, lamentavelmente, propõem determinados grupos que se organizam
para levar a questão ao STF”.
A CNBB, em sua nota, também fez uma dura
crítica ao governo ao falar da “vergonhosa realidade do saneamento
básico no Brasil”. O saneamento será o tema da campanha da fraternidade a
ser lançada na quarta-feira de cinzas. Segundo a instituição, “sem uma
eficaz política nacional de saneamento básico, fica comprometido todo
esforço de combate ao Aedes aegypti”.
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