domingo, outubro 09, 2016

Agente de serviços gerais do IFRN realiza sonho e vira aluno do instituto.


Quando concluiu o Ensino Médio, há cerca de 3 anos, Aelson Farias, de 20 anos, tinha o sonho de não parar de estudar. A situação familiar, entretanto, exigiu que ele começasse a trabalhar o quanto antes. O primeiro emprego, onde está até hoje, foi como como agente de serviços gerais no Campus São Paulo do Potengi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a 81 quilômetros de Natal.

Atuando na instituição desde 2014, Aelson não conseguia enxergar a possibilidade de estudar no mesmo local onde trabalha, até que, incentivado por outros servidores do Instituto, decidiu encarar a prova de seleção do curso técnico em edificações, na modalidade subsequente, passou na prova, e hoje já é um exemplo para outros servidores.

“Desde que terminei o Ensino Médio, eu queria voltar a estudar, mas não tinha como. Não podia parar de trabalhar porque preciso ajudar meus pais, que moram na Zona Rural e não têm renda fixa. Mesmo estando em um campus, eu nunca tinha parado para pensar que poderia estudar onde trabalho, foi quando o coordenador de manutenção me chamou a atenção para esta possibilidade”, contou.
Desde que as aulas começaram, no último dia 21, Aelson teve o horário de trabalho flexibilizado para conseguir estudar e trabalhar no campus, mas não deixou de ter um expediente de oito horas diárias, assim como os outros colegas. À noite, único momento em que está em casa, aproveita para estudar. “Muitos colegas de trabalho ficaram surpresos quando souberam que eu ia começar a estudar e até brincam comigo, mas sei que isso pode servir de exemplo para pessoas de outros lugares”, comentou.

Um dos servidores que apoiou Aelson para retomar os estudos foi o coordenador de Serviços Gerais e Manutenção do Campus São Paulo do Potengi, Fabrizzio Pontes. “Ele sempre comentava que queria continuar os estudos, mas ele achava que teria que abrir mão do emprego, se afastar da família e tentar a sorte em Natal, mas nós pedimos para ele esperar mais um pouco e ver as oportunidades que o campus em que ele trabalha oferece. Ele continuava muito preocupado com o horário de trabalho, mas nos comprometemos a tentar flexibilizar o horário dele, de modo que pudesse continuar trabalhando quando as aulas começassem”, lembrou.

A supervisora de Manutenção Deusdete Aleixo foi outra incentivadora. “Ele é muito dinâmico e honesto no serviço. Fizemos algumas mudanças no setor para adequar o horário dele. Estamos em uma instituição de ensino e é nosso dever incentivar a estudar. Agora, eu já disse a ele: estude, que quero que você seja meu chefe!”, afirmou Deusdete, acrescentando que o desafio agora é mantê-lo sempre motivado para seguir os estudos. “Vamos ficar acompanhando”, acrescentou.

Para Aelson, o curso técnico deve ser somente o começo. O objetivo, nos próximos anos é começar o curso técnico em Segurança do Trabalho. “Se eu tiver a oportunidade, depois que terminar esse curso, quero fazer outro. Estudar é muito importante e também já estou incentivando a minha irmã mais nova, que está no 8º ano, a fazer a seleção para o curso técnico integrado no próximo ano”, disse.

“Sempre vamos dar apoio a ele e a qualquer pessoa que trabalhe com a gente e realmente queira estudar, principalmente estudando aqui no Campus”, completou Fabrizzio. Via g1/RN.

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