Vaqueiros e trabalhadores de vaquejadas protestam nesta terça-feira
(11) em ao menos 9 estados e no Distrito Federal contra a decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF) que pode tornar a prática esportiva
ilegal em todo o país.
A vaquejada é uma tradição cultural nordestina na qual um boi é solto
em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo dentro
de uma área estabelecida e marcada por cal. Segundo as regras do
esporte, a derrubada só é considerada válida se o boi cair, ficar com as
4 patas para cima e se estiver na área delimitada. Dependendo do local
da queda, pontos são somados ou não a dupla.
Na semana passada, o STF derrubou uma lei no Ceará que legalizava a prática. Os ministros consideraram que a atividade é inconstitucional e que impõe sofrimento ao animal.
A Associação Brasileira de Vaquejada (ABVQ), por sua vez, argumenta que a decisão do STF "não acompanhou a evolução e adaptação do esporte", que já não causaria mais sofrimentos ao animal. Eles também defendem os empregos que a modalidade gera.
O regulamento de bem-estar animal da ABVQ prevê que cavalos e gados que
participam das competições não passem fome nem sede, que tenham
situações de estresse, medo e ansiedade minimizadas e que tenham áreas
adequadas para descanso, por exemplo.
Alguns estados firmam ainda termos com os Ministérios Públicos e
regulamentam outras ações, como a proibição do uso de luvas com pregos,
parafusos ou objetos cortantes; a proibição de bater no animal, de dar
choque, usar esporas ou chicotes, entre outras práticas.
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