Outubro é o mês de conscientização sobre
o câncer de mama, doença que corresponde a cerca de 25% dos casos de
câncer diagnosticados em mulheres por ano. Em 2012, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,7 milhão de pessoas foram
afetadas. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(Inca), são esperados 57.960 novos casos para 2016.
O que muitas pessoas não sabem é que,
apesar de afetar majoritariamente as mulheres, o câncer de mama também
pode atingir pessoas do sexo masculino. Pelo fato de a glândula mamária
masculina ser geralmente atrofiada, com baixa produção de hormônios
femininos, cerca de 1% dos casos são diagnosticados em homens.
Segundo Marcelo Bello, diretor médico do
Inca, o câncer que atinge homens e mulheres é basicamente o mesmo, mas
no caso deles há algumas particularidades: devido à demora no
diagnóstico, 72% dos casos são identificados já nos estágios 2 e 3.
“Pelo fato de não ser uma doença comum, o homem não tem o hábito de
olhar para as suas mamas. Normalmente, quando ele descobre, o câncer já
está evoluído”, afirma. Em 2013, segundo o Inca, 181 homens morreram com
a doença no Brasil.
Para Cristiane Nimir, médica associada
ao Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, existe
uma ideia na sociedade de que o homem não tem mamas, o que dificulta a
prevenção e o tratamento. “As pessoas acreditam que o mastologista é um
médico apenas para mulheres e, por isso, há um preconceito e uma
resistência masculina em procurar ajuda”, diz
Sintomas
Assim como nas mulheres, os sintomas são
o aparecimento de nódulos na região das mamas e abaixo das axilas, além
de secreção nos mamilos. “Para o homem, é mais fácil perceber um nódulo
porque a sua glândula mamária é muito menor. Caso ele sinta alguma
alteração nessas regiões, é preciso buscar um mastologista”, afirma Max
Senna Mano, chefe do Grupo de Câncer de Mama do Instituto do Câncer do
Estado de São Paulo (ICESP). Segundo ele, em cinco anos, foram
encontrados 33 casos da doença no Instituto.
Fatores de risco
Geralmente, o câncer de mama masculino
atinge homens mais velhos, a partir dos 60 anos. Em alguns deles, a
doença está ligada a mutações genéticas e, por isso, é preciso
investigar se existe uma predisposição familiar. “A conscientização dos
homens é muito importante para identificar casos ligados a mutação de
genes. Todo paciente que tiver um histórico de câncer de mama na família
precisa avaliar essa possibilidade e conhecer os riscos”, aponta Bello.
Além disso, a doença pode estar
relacionada com o aumento de hormônios femininos no corpo, o uso de
determinados medicamentos, como antidepressivos e remédios para o câncer
de próstata, e também com a obesidade. “O aumento da gordura abdominal é
um fator extremamente importante ligado ao câncer de mama, já que
aumenta a produção de hormônios como estrógeno e progesterona”, comenta
Cristiane.
Tratamento
O tratamento é o mesmo para homens e
mulheres e pode incluir a mastectomia, quimioterapia, radioterapia ou
até mesmo bloqueadores hormonais. Além disso, existe também a chamada
“terapia alvo”, um novo tipo de tratamento que usa substâncias para
identificar e atacar especificamente as células cancerígenas, provocando
menos efeitos colaterais no paciente.
“É importante que os pacientes perguntem
ao médico sobre os tipos de tratamento para que ele seja mais
individualizado. Por mais que os tumores sejam parecidos, dentro de cada
organismo eles funcionam de maneira diferente”, finaliza Cristiane.
Nenhum comentário:
Postar um comentário