O Plenário da Câmara aprovou hoje (10), por 366 votos a 111 e duas
abstenções, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, que fixa
um teto para os gastos públicos por 20 anos. O texto foi aprovado em
primeiro turno e precisa passar por nova votação no plenário. Também
falta votar os destaques da PEC.
Para ser aprovada, a PEC precisava de, no mínimo, 308 votos. O
governo havia anunciado que tinha cerca de 350 votos para aprovar a
proposta, considerada pelo Executivo como essencial para promover o
controle dos gastos públicos e reequilibrar as contas.
A PEC cria um teto de despesas primárias federais que será reajustado
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), impondo
limites individualizados para os poderes Executivo, Judiciário e
Legislativo.
Em termos práticos, a proposta de Novo Regime Fiscal se propõe a
limitar, durante 20 anos, o ritmo de crescimento dos gastos da União à
taxa de inflação. Quem descumprir o limite será penalizado e ficará
impedido de contratar pessoal, fazer concurso público, conceder reajuste
aos servidores, criar cargos ou função que implique em aumento de
despesa e alterar a estrutura de carreira que implique aumento de
despesa
Tentativa de obstrução
Durante toda a duração dos trabalhos, a oposição trabalhou para
obstruir os trabalhos por ser contra a limitação de gastos federais à
inflação, defendendo que esse não é o caminho para impulsionar a
economia. A oposição também argumentou que a proposta retira recursos da
saúde e da educação.
“Tem gente da população que está a favor da PEC porque acha que é o
corte dos nossos gastos, dos gastos do Parlamento, do Executivo e não
está entendendo que ela corta o dinheiro do hospital, do pagamento do
professor”, disse o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ).
O líder do PT, Afonso Florence (BA), também criticou a proposta. “A
PEC 241 é o desmonte de todas as políticas públicas, é o desmonte do
sistema previdenciário, do SUS, do sistema público de educação no nível
superior”.
Para Chico Alencar (PSOL-RJ), outro problema, é que a proposta não
foi discutida com a população. “A PEC não foi uma proposta feita por um
governo eleito e não foi debatida com a população. Essa PEC é uma
imposição por duas décadas de um arrocho. Ela tem que ser chamada de PEC
do corte de investimentos”, disse o deputado.
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