Em meio à grave crise fiscal, os governos estaduais já preveem
dificuldades para pagar o 13º e o restante dos salários de servidores públicos
até o fim do ano. Os Estados evitam admitir oficialmente que não há caixa para
pagar o benefício, mas pelo menos sete de 24 unidades da Federação consultadas
pelo jornal O Estado de S. Paulo reconhecem que não há definição de
como e quando o 13º será depositado na conta de 2 milhões de servidores.
Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia,
Distrito Federal, Sergipe e Roraima não teriam, hoje, os recursos para honrar o
compromisso, segundo os secretários de Fazenda. Alguns deles não
conseguirão fazer o pagamento mesmo com a ajuda esperada do governo federal.
Além do socorro do Tesouro, eles contam com a recuperação, mesmo que mínima, da
economia – o que contribuiria para o aumento da arrecadação. “Não temos nada
definido sobre o pagamento do 13.º. Há um longo caminho ainda até o dia 20 de
dezembro (prazo para o depósito). Não podemos garantir nada”, disse o secretário
estadual de Fazenda do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes.
Quem já paga o 13.º salário no aniversário do servidor,
alternativa que vem sendo utilizada para diluir o impacto ao longo do ano, está
com o caixa menos pressionado. Os governadores devem se reunir na próxima semana
com o presidente Michel Temer em busca de definição. Eles querem um socorro de
até 8 bilhões de reais, em uma linha emergencial de financiamento. Temer, porém,
sinalizou que qualquer ajuda só deve vir do programa de repatriação de recursos
do exterior. O Rio, que tem uma das situações mais difíceis e quer ajuda da
União, oficialmente diz que está estudando alternativas. Mas fontes do governo
fluminense afirmam que não há recursos suficientes para quitar sequer a folha de
outubro, mesmo se o governo não pagasse mais nada fora despesa de pessoal. Caso
o governo atrase o 13º, cerca de 470 mil servidores ativos, inativos e
pensionistas poderiam ser afetados. Via Estadão Conteúdo.
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