Após o motim que durou 14 horas, mães, mulheres e filhos choravam do
lado de fora da maior penitenciária do Rio Grande do Norte, enquanto
aguardam notícias sobre mortos e feridos. De mãos dadas, em círculos,
elas rezavam e se desesperavam.
Mulher de um dos presos do pavilhão 4, Natalia Melo, de 30 anos,
contou que foi uma das últimas pessoas a sair sábado, 14, da visita.
Segundo ela, estava tudo calmo até então. “Foi a gente sair que começou
isso. Não tenho notícia do meu marido. Ninguém passa informação e
ninguém dos direitos humanos veio nos ajudar”, lamentou Natalia. Antônio
Neto, de 30 anos, cumpre pena por tráfico de drogas e homicídio. Apesar
das trocas de mensagens e telefonemas com os presos, na noite de
sábado, 14, ela ainda não sabia se o marido está vivo.
As mulheres chegaram ao presídio assim que a notícia da rebelião se
espalhou. Como a cadeia estava sem luz e a polícia cercava o local, elas
foram mantidas longe por segurança. A polícia temia uma fuga em massa.
A angústia aumentou quando homens do Batalhão de Choque da Polícia
Militar, do Grupo de Operações Especiais dos Agentes Penitenciários e do
Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na unidade para retomar
o controle. Elas temiam uma nova matança.
“Estou desesperada, meu filho está machucado. Levou uma pedrada na
cabeça, mas conseguiu fugir do pavilhão onde começou a rebelião. Tenho
medo que ele morra. Ele fez 20 anos há poucos dias, dentro dessa
penitenciária”, afirmou Cristiane da Silva, mãe de Josimar da Silva
Firmino, preso por tráfico.
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