A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ontem
(26), por meio de petição, ao juiz federal Sérgio Moro, que não concorda
com a realização de interrogatório por videoconferência, no segundo
processo a que o petista responde no âmbito da Operação Lava Jato.
Na
semana passada, ao marcar o depoimento de Lula para o dia 13 de
setembro, Moro pediu à defesa do ex-presidente que se manifestasse sobre
a possibilidade de realizar a audiência a distância. Segundo o juiz, o
interrogatório realizado em Curitiba no mês de maio "acabou envolvendo
gastos necessários, mas indesejáveis, de recursos públicos com medidas
de segurança".
Os argumentos da defesa para que a audiência seja
presencial citam o artigo 185 do Código de Processo Penal que, segundo
os advogados de Lula, "determina que o acusado comparecerá perante a
autoridade judiciária para exercer o seu direito de autodefesa".
A
petição protocolada hoje também cita uma jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal (STF). "A percepção nascida da presença física não se
compara à virtual, dada a maior possibilidade de participação e o fato
de aquela ser, ao menos potencialmente, muito mais ampla", diz a decisão
do Supremo no Habeas Corpus 88.914/SP.
Os advogados de Lula
também argumentou que a alegação de reduzir gastos não é juridicamente
válida para alterar a regra do interrogatório presencial.
"O
acusado já prestou diversos depoimentos - em São Paulo (SP), São
Bernardo do Campo (SP), Brasília (DF) e Curitiba (PR) - e apenas aquele
prestado na Ação Penal nº 5046512-94.2016.4.04.7000 envolveu, por
determinação deste Juízo, excepcional aparato de segurança", disse a
defesa do ex-presidente.
Na mesma petição os advogados de Lula
informaram a Moro que pretendem gravar o interrogatório do dia 13 de
setembro de forma independente.
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