O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ontem (27) que a
oposição participe de uma "mesa de paz e reconciliação" nas próximas
horas, mostrando abertura ao diálogo antes da eleição da Assembleia
Nacional Constituinte no domingo. Ao mesmo tempo, ele anunciou, também
hoje, que estão proibidas, a partir de amanhã (28), todas as
manifestações públicas que possam atrapalhar a eleição, alertando que os
que desobedecerem poderão sofrer sanções penais.
Maduro pediu
que os opositores deixem de lado o "caminho insurrecional" e voltem seu
foco para a Constituição, pedindo antes do início do pleito a instalação
de uma "mesa de diálogo, acordo nacional e reconciliação da pátria".
"Porque
se não for assim, eu entregarei à Constituinte todo o poder de convocar
de maneira obrigatória um diálogo nacional de paz com uma lei
constitucional", disse o presidente em Caracas, diante milhares de
seguidores, no ato de encerramento da campanha para as eleições de
domingo.
Maduro apresentou a ideia de formar uma "mesa nacional
de entendimento para discutir os grandes temas do país" no último dia da
greve geral convocada pela oposição para pressioná-lo a desistir da
Constituinte, que, para muitos opositores, servirá para a consolidação
da ditadura na Venezuela.
O presidente recriminou várias vezes os
"atos terroristas" cometidos durante os protestos da oposição contra o
governo e reiterou que não há outra alternativa a não ser a Constituinte
para obter a paz. No entanto, não explicou se adiará a Assembleia
Constituinte se a oposição aceitar dialogar.
Muitas vozes do
governo e da oposição falaram nos últimos dias sobre um diálogo para
evitar mais confrontos no domingo. Porém, nenhum dos lados mudou de
posição sobre a Constituinte.
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