A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou a denúncia
contra o senador Aécio Neves (PSDB) por corrupção e obstrução de
justiça, no processo que havia sido iniciado pelo ex-procurador Rodrigo
Janot. Nesta terça-feira, 27, Dodge apresentou réplica aos argumentos da
defesa do parlamentar e reiterou o pedido feito ao Supremo Tribunal
Federal (STF) para que receba integralmente a denúncia contra ele. Na
peça, são acusados também a irmã de Aécio, Andréa Neves da Cunha, o
primo Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar do
senador Zezé Perrela (MDB/MG), Mendherson Souza Lima.
Aécio Neves
é acusado de solicitação e obtenção, junto ao empresário Joesley
Batista, de uma propina no valor de R$ 2 milhões e por obstrução da
Justiça, ao tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato. Quanto
ao recebimento do dinheiro, que o senador alega ter se tratado de pedido
de empréstimo pessoal, Dodge aponta que não há provas que apontem
tratar-se de algo com esse caráter, a partir da análise da conversa
entre Aécio e o empresário.
Para Dodge, a “vantagem indevida”
fica clara “quando o senador afirma que a pessoa que iria receber as
parcelas deveria ser alguém ‘que a gente mata antes de fazer delação’.
Além disso, a forma como os valores foram entregues, em dinheiro, com
utilização de artimanhas para dissimular o seu recebimento (inclusive
com a parada do veículo que os transportou em local sem qualquer
registro de câmeras, conforme detalhado pelas autoridades policiais em
seus relatórios), “também demonstram a ilicitude da transação”.
A procuradora disse ainda que esse tipo de troca de favor não foi um ato
isolado, mas uma prática do parlamentar na relação com Joesley,
configurando crime contra a administração pública.
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