O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, ontem terça-feira (7), que o Estado deve atuar como indutor do desenvolvimento do país. “A gente não precisa diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada”, disse o presidente a empresários, em discurso no Palácio do Itamaraty.
“No nosso governo, a gente não vai tentar vender a cama para dormir
no chão. A gente não vai vender ativos públicos. Vai fazer com que eles
se tornem tão competitivos, para que compartilhem relação com a
iniciativa privada, para que a gente possa melhorar”, afirmou. “O
Estado, se não se meter a ser empresário e se colocar como indutor do
desenvolvimento de um país, podemos ter um Estado fazendo investimento
sadio para poder crescer”, acrescentou.
Aos empresários, Lula
prometeu que o governo garantirá estabilidade política, fiscal e
jurídica para investimentos e que os bancos públicos ofertarão crédito
mais barato. Para o presidente, o Brasil tem uma janela de oportunidades
e potencialidades para atrair novos investimentos. Ele defendeu a
mudança do modelo de desenvolvimento para uma economia verde, com
indústria e agricultura mais tecnológicas e negócios mais inteligentes.
O presidente prometeu também que o governo vai garantir estabilidade política, social, jurídica e fiscal. “Queremos garantir a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial para que este país cresça cada vez mais”, disse Lula. E questionou: “Ao invés de US$ 600 e pouco bilhões de comércio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a US$ 1 trilhão de dólares de comércio exterior?”.
Lula deu o exemplo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já reteve mais recursos para investimentos e que, no governo passado, foram devolvidos ao Tesouro Nacional. “[O BNDES] vai voltar a a ser um banco de investimento e desenvolvimento para que possa restabelecer a possibilidade de emprestar dinheiro a taxa de juros baixos e de longo prazo.” Ele acrescentou que o governo não vai subsidiar negócios, apenas incentivar.
O presidente reafirmou que a economia vai crescer quando o dinheiro circular na mão da população e enfatizou que a questão climática é urgente. “A questão climática não é mais loucura de professor da USP [Universidade de São Paulo], não é mais loucura de ambientalista, não é mais loucura de nenhum jovem desvairado. A questão do clima é muito séria, e o planeta está dando um aviso: ‘cuidem de mim, não me destruam, que vocês serão destruídos junto comigo.’ Este é o recado que estamos vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas”, disse o presidente, citando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Ao invés de alguém não gostar da Marina porque ela defende muito a Amazônia, precisa começar a gostar da Marina, porque ela começou a fazer por nós aquilo que já deveríamos fazer por nós mesmos”, destacou.
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