Em meio às investigações pela suposta tentativa de golpe, que culminou com os atos criminosos do 8 de janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse, em conversa com a CNN, que seria saudável para a democracia discutir no Congresso reformas institucionais a fim de organizar o que ele chama de “fugas para frente”.
Gilmar cita alguns exemplos. Defende a importância de os parlamentares criarem regras “para definir quais cargos os militares podem ocupar”. E justifica: “Para não se ter novamente um (Eduardo) Pazzuelo no Ministério da Saúde”.
Trata-se de uma referência ao general, e agora deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, que foi muito criticado na condução da pasta durante a pandemia de Covid-19 no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Gilmar vai além: “Um militar deveria poder ser ministro da Defesa?”. E menciona as suspeitas de que o general Paulo Sergio Nogueira, que ocupou o posto na gestão de Bolsonaro, ter sido alvo de operação da Polícia Federal no inquérito que apura possível tentativa de golpe de Estado. Na avaliação dele, a posição deveria ser assumida apenas por civis.
Outra bandeira defendida pelo ministro, decano da Suprema Corte, é a discussão sobre inelegibilidade ou quarentena para que militares, policiais, juízes e promotores disputem cargos eletivos.
Ao ser perguntado se haveria clima para todas essas discussões atualmente no Congresso Nacional, Gilmar respondeu: “Esses temas já poderiam estar sendo discutidos. E não ficar discutindo sobre patriota. Falta uma coordenação”, concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário