terça-feira, março 12, 2024

Estudo afirma que 13 milhões de brasileiros deixaram de passar fome em 2023.

Uma pesquisa do Instituto Fome Zero, encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), mostra que o número de brasileiros que passam fome caiu de 33 milhões em 2022 para 20 milhões em 2023.

A projeção, divulgada nesta segunda-feira (11), foi feita a partir do cruzamento de dados da Pesquisa de Orçamento Familiar e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), ambas do IBGE. 

O estudo considera duas situações de insegurança alimentar:

  • Insegurança Alimentar Moderada: Nessa condição, o indivíduo não faz as três refeições diárias ou não se alimenta o suficiente para ter uma vida saudável.
  • Insegurança Alimentar Grave: Nessa condição, o indivíduo fica um dia ou mais sem comer, no que se traduz como passar fome.

O instituto estima que, após subir de 20,6% para 32,8% entre 2018 e 2021, o nível de insegurança alimentar caiu desde então e chegou a 28,9% em 2023

De acordo com o estudo, a redução estimada na quantidade de pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar grave no país está relacionada à queda do desemprego, com a dinâmica favorável dos preços, especialmente dos alimentos.

Também colaborou o crescimento da renda da população, puxado principalmente pelos ganhos com os programas de transferência de renda e pelo reajuste acima da inflação do salário mínimo.

Poder de compra

A política de valorização do salário mínimo, proposta pelo governo federal no ano passado e retomada este ano, prevê reajustes anuais que levem em conta

  • a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e
  • a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto de dois anos antes.

A recomposição do poder de compra, de acordo com o estudo, fortalece a tendência da redução da insegurança alimentar e nutricional da população.

"As pessoas ganharam mais do que perderam com a inflação. Mas o maior elemento é a política de aumento do salário mínimo, que atinge todos os brasileiros, mesmo aquelas pessoas que não ganham o salário mínimo são afetadas", explica o ex-ministro de Combate à Fome, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura de 2012 a 2019, e um dos fundadores do Instituto Fome Zero, José Graziano.

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