A carta supostamente assinada pelo ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza e endereçada ao amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, seria na verdade uma correspondência que tratava do rompimento de um relacionamento amoroso entre os dois. A afirmativa parte do advogado do atleta, Rui Pimenta, que afirmou ontem à noite, inclusive, que uma fita de vídeo usada pela modelo Eliza Samudio para chantagear Bruno continha cenas de uma noite de orgia entre ela, o atleta e Macarrão. “O crime ocorreu por ciúmes. O Macarrão não aceitou a Eliza se intrometendo no relacionamento dele e providenciou a morte dela, sem que o Bruno soubesse”, alegou Pimenta, por telefone, ao Estado de Minas.
O advogado chegou a se referir a um “relacionamento homossexual ativo e passivo”. O goleiro, contudo, nunca confessou isso a seu defensor. “Desde que entrei no caso percebi esse relacionamento entre os dois. A carta soa como fim de relacionamento. O plano B. Há despedida, pedido de perdão”, avalia Pimenta, que não interpreta a correspondência como forma de jogar toda a culpa do homicídio da ex-amante do goleiro, Eliza, em Macarrão. “O Bruno já foi pronunciado e vai ter de ir ao Tribunal do Júri de qualquer forma. Mesmo que o Macarrão confesse, só o júri pode absolver Bruno”, acrescentou Pimenta.
No lado da acusação, o surgimento da carta e a “impunidade” de que goza o policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, indicado pela polícia como cúmplice no crime, foram a gota d’água para expor uma divisão. Irritado com as atitudes do promotor titular do caso, Gustavo Fantini de Castro, que não denunciou Zezé e tampouco incluiu a correspondência no processo, o assistente da acusação, advogado José Arteiro Cavalcante Lima, disse que vai ele mesmo tomar essas atitudes e, depois, pedir à Justiça que substitua o representante do Ministério Público.
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