Mosquito ‘Aedes aegypti’, transmissor do vírus da dengue
Algumas cidades brasileiras —
especialmente São Paulo e Campinas — sofreram com numerosos casos de
dengue neste ano. Nos quatro primeiros meses de 2014, a capital
registrou mais notificações da doença do que no ano passado inteiro,
enquanto Campinas viveu a maior epidemia de dengue de sua história.
Os números registrados neste ano
assustam. Até a quarta semana de abril, foram notificados 3.730 casos em
São Paulo em 2014 — entre eles, o de uma vítima fatal —, a maioria em bairros da Zona Oeste.
Em todo o ano de 2013, para efeito de comparação, houve 2.617 registros
na cidade, um número 42,5% menor do que neste ano. Na semana passada, o
secretário municipal de Saúde, José de Filippi Junior, afirmou que a
epidemia já estava controlada na capital. O número de notificações
diminuiu de 804 na primeira semana de abril para catorze nos últimos
sete dias do mês.
Já em Campinas, nos primeiros quatro
meses de 2014 houve 17.100 casos de dengue, segundo dados divulgados
pela Secretaria Municipal de Saúde em 29 de abril. Esse número já é 145%
maior do que o registrado no ano passado inteiro (6.976 casos) e 50%
mais elevado do que em 2007, ano da pior epidemia da doença no
município até então. Até a última semana, Campinas havia confirmado duas
mortes pela doença. Como na capital, as notificações começaram a
diminuir, embora ainda estejam elevadas — caíram de 5.764 novos casos
nas duas primeiras semanas de abril para 3.136 na ultima quinzena do
mês.
A incidência de dengue é maior em épocas
de calor e chuva — ou seja, no verão. Ainda não está claro o que fez
com que os números da doença aumentassem tanto nessas regiões após o fim
da estação. Uma das razões pode ser climática. “No começo deste ano fez
muito calor e as chuvas aconteceram em épocas diferentes.
Aparentemente, o mosquito gostou desse clima e se multiplicou mais”, diz
Ésper Kallás, infectologista do Hospital Sírio-Libanês.
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