O corpo de uma jovem de 18 anos foi sepultado três vezes em apenas 10
dias de falecimento, em Santo Antônio do Monte, em Minas Gerais. Segundo
os pais de Bianca Rodrigues Silva, ela queria permanecer para sempre ao
lado da família, que conseguiu autorização na Prefeitura para enterrar a
jovem em casa.
Contudo, a Justiça determinou na terça-feira (20) a
remoção imediata do corpo para o cemitério da cidade, alegando
preocupação de risco com a saúde pública. A jovem morreu em um acidente
de carro junto com o namorado, no dia 11 deste mês. No mesmo dia ela foi
enterrada no cemitério da cidade e, quatro dias depois, foi
desenterrada porque a família conseguiu uma autorização concedida pela
Polícia Civil e pela Secretaria de Administração da Prefeitura,
permitindo a exumação do corpo da garota.
"Só fizemos porque era
possível. Procuramos fazer tudo corretamente e da forma que fomos
orientados a fazer, por um advogado. Tudo isso para realizar o sonho da
minha filha, que era de permanecer para sempre ao lado da família.
Seguindo esse desejo de realizar o sonho dela, eu mesmo construí o
jazigo", contou o pai, Daniel Rodrigues. Como disse o pai, o advogado
Bruno César Melo Couto foi procurado para verificar se seria possível
enterrar a filha no quintal de casa e, na ocasião, informou não haver
nenhuma proibição legal que impedisse o enterro domiciliar.
"Quando
fomos procurados e eu uma equipe de advogados fomos pegos de surpresa,
afinal é uma situação completamente nova e, por isso, pesquisamos e
vimos que não há uma legislação específica para sepultamentos em casa.
Tem uma disposição que fala que é preciso seguir os critérios da
Vigilância Sanitária, apenas. E tudo isso foi seguido, pois o pai da
jovem, que é engenheiro, tem um laudo de impermeabilidade do solo",
explicou.
Ainda emocionada, a mãe de Bianca, Kênia Rodrigues, comentou
que a intenção do enterro era de que ela, o marido e os dois irmãos de
Bianca não perdessem o vínculo, pois todos eram muito unidos. Com a
retirada do corpo de Bianca da casa dos pais, o advogado incluiu ao
documento enviado à Justiça um pedido para cremação do corpo. Porém, a
juíza disse que será preciso aguardar um laudo do Instituto Médico Legal
(IML), informando a possibilidade do ato. "Considerando que já foi
extrapolado o momento biológico adequado para a realização da cremação
do corpo, é preciso ser feito um laudo, que deverá ser novamente
apreciado", finalizou a juíza.
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