Para reduzir eventuais problemas de
falta de livro didático em algumas escolas e evitar situações em que os
estudantes esperam até o segundo semestre para receber um ou outro
exemplar, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) vai
lançar no ano que vem um sistema que permite que escolas cadastrem o
número de estudantes matriculados e os livros que receberam a mais ou a
menos. Com isso, os centros de ensino poderão se comunicar e fazer os
remanejamentos necessários.
“Verificamos que nos estados é
suficiente a quantidade de livros adquiridos. Raramente, existem
exceções, a quantidade é inferior. Mesmo assim, quando isso ocorre, a
reserva técnica supre a necessidade. O que falta é que as escolas possam
remanejar o material”, explica a coordenadora de Apoio às Redes de
Ensino do FNDE, Ana Carolina Souza Luttner. “O remanejamento é um dos
pilares que o PNLD [Programa Nacional do Livro Didático precisa ter para
executar bem o recurso público, para que o aluno tenha um livro de
qualidade nas mãos, com mais agilidade”, acrescenta.
Anualmente, as escolas públicas recebem
livros pelo PNLD, cujas compras são feitas pelo FNDE. O número de
exemplares adquiridos é baseado em projeção feita pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) com
base no número de estudantes cadastrados no último Censo Escolar. É
calculada ainda uma reserva técnica de 3% do total de estudantes de cada
rede de ensino para eventuais aumentos inesperados de matrículas.
Caso esses livros não sejam suficientes
para atender a demanda, é possível solicitar uma compra complementar.
Esse processo, no entanto, é demorado e o estudante tem acesso aos
livros apenas no segundo semestre.
Para buscar resolver a questão, o FNDE
reformulou o Sistema de Controle de Remanejamento e Reserva Técnica
(Siscort), que ficou no ar de 2004 a 2011. O novo Siscort estará no ar
em fevereiro. No sistema, as escolas poderão atualizar o número de
alunos e especificar os livros que receberam a mais ou a menos. Para as
escolas onde faltam livros, o próprio sistema informará, de acordo com a
proximidade, escolas no mesmo município ou estado que receberam as
obras a mais. Aquelas que têm livros sobrando receberão uma notificação
caso outros centros de ensino precisem dos livros. O sistema também
disponibilizará os contatos para que os gestores se comuniquem. O
transporte das obras deverá ser custeado pelas secretarias de Educação,
que também acompanharão o processo.
Segundo Ana Carolina, o próprio FNDE
poderá antecipar as compras complementares, verificando as obras que não
poderão ser remanejadas ou supridas pela reserva técnica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário