Os divorciados que voltaram a se casar
“são parte da Igreja” e não devem ser tratados como “excomungados”,
afirmou nesta quarta-feira (05) o papa Francisco, antecipando um dos
temas mais polêmicos do Sínodo dos Bispos sobre a Família, previsto para
outubro.
“Progrediu muito a consciência de que um
acolhimento fraternal e atento, com amor e verdade, é necessário para
os batizados que estabeleceram nova relação depois do fracasso de um
casamento sacramentado”, declarou o papa durante a audiência semanal.
“Essas pessoas não são excomungados e
não devem ser tratadas como tal. Elas são parte da Igreja”, repetiu, sob
aplausos na sala Paulo VI.
Francisco pediu que se distinguisse, em
alguns casos, entre “quem foi confrontado com a separação e quem a
provocou” e insistiu: “Nada de portas fechadas. Todos podem participar,
de uma forma ou de outra, na vida da Igreja”.
Para a Igreja católica, um casamento
religioso não pode ser desfeito e o direito canônico, ao considerar as
pessoas que voltaram a se casar como infiéis ao primeiro cônjuge, prevê a
sua exclusão dos sacramentos, entre os quais a comunhão. Essa é uma
sanção mais grave, que implica também exclusão da comunidade.
Integrantes da Igreja católica pedem que
divorciados que voltaram a se casar possam comungar mediante algumas
condições, ideia à qual se opõem os que apoiam a rigorosa aplicação do
dogma.
A questão foi debatida durante o sínodo da família, no ano passado, e deverá continuar a dominar o segundo sínodo em outubro.
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