Aos 23 anos e grávida, a vendedora Leidiane Pereira Corrêa recebeu há
quatro meses o diagnóstico inesperado de que estava com câncer de mama. A
notícia da doença veio no final de maio, um mês depois dela ter
descoberto que estava esperando o segundo filho. E, em julho, três dias
após a retirada de uma mama, ela recebeu mais um duro golpe: o marido a
abandonou. A jovem mora com a filha na casa dos pais no Bairro Jardim
Mossoró, em Cuiabá, e precisa de ajuda financeira.
Mas, a despeito das adversidades, Leidiane afirma que não se deixou
abater. "Deus não dá nada que a gente não possa carregar. Eu não fico
triste e não reclamo porque estou com a doença. Não pode deixar abater.
Não é o câncer que mata, o que mata é entrar em depressão. Eu não vou
deixar o câncer me vencer. Eu vou vencer. E ele já perdeu. Pra mim, ele
não teve vez não", disse.
A jovem contou que nem o abandono do marido - com quem estava junto
havia cerca de um ano e que sumiu sem dar qualquer satisfação - a
desestabilizou. "Em nenhum momento eu chorei por causa disso, porque se
saiu da minha vida é porque é um traste e não me merece", falou.
Mas, apesar do otimismo e serenidade, Leidiane tem passado por momentos
delicados, como os dias após a cirurgia de retirada de uma das mamas.
"Meu nenê ficou três dias sem mexer. Quando tive alta, me permitiram ir
ao hospital e aí vi que o coraçãozinho dele estava batendo. Aquilo foi
um alívio". O bebê, que ganhou o nome de João Miguel, está atualmente
com 2,3 kg. A outra filha de Leidiane tem 6 anos e se chama Ana Júlia.
Leidiane começou a fazer quimioterapia em agosto, depois de autorização
médica. O tratamento contra o câncer, entretanto, é agressivo e traz
sofrimento tanto para a mãe quanto para o bebê. "Na hora que estou
fazendo, meu nenê vai mexendo, como se quisesse sair da barriga. Parece
que está pedindo socorro", relatou.
Por causa do câncer e da quimioterapia, Leidiane não vai poder
amamentar. Até agora, a jovem fez duas das oito sessões do tratamento. E
deverá retomá-lo depois de dar à luz. De acordo com Leidiane, o médico
disse que não vai esperar a gestação chegar aos 9 meses. A data exata do
parto deve ser definida ainda nesta semana.
Amamentar durante a quimioterapia não é recomendado, segundo o médico
oncologista e mastologista, Wilson Garcia Pereira. "Os medicamentos
podem fazer mal para a criança. Não é aconselhável amamentar o filho",
explicou. Via g1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário