O ano de 1991 foi um marco para o perfil da mulher no mercado de
trabalho porque, pela primeira vez, o nível de escolaridade feminina
superou o dos homens. Segundo a professora Hildete Pereira de Melo, uma
das coordenadoras do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Economia (NPGE) da
Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), nesse
período o tempo de estudo das mulheres passou a ser maior.
Conforme
a pesquisadora, as mulheres aumentaram em um ano a escolaridade média
em relação aos homens. “É a maior conquista das mulheres brasileiras
terem conseguido se educar no século 20. Embora, a gente não tenha
construído a igualdade, a gente conseguiu realmente uma vitória. Não
houve política pública que facilitasse isso. Foram decisões pessoais das
mulheres”, afirmou, acrescentando que no Censo 1900 as mulheres eram
analfabetas e terminaram o século 20 mais escolarizadas do que os
homens.
A evolução da escolaridade é um dos dados abordados pela pesquisa,
que comprova a desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres no
Brasil. O trabalho foi desenvolvido por Hildete e pela professora
Lucilene Morandi, também coordenadora do NPGE. “A ideia dessa pesquisa
era ter uma noção do impacto da diferença de participação no mercado de
trabalho e na renda de homens e mulheres”, disse Lucilene.
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