sábado, setembro 05, 2020

Mercado ‘fecha as portas’ para profissional com mais de 50 anos.

Numa tentativa de ajudar o pai, que está desempregado há 3 anos, Jéssica Viana postou um vídeo dele falando sobre as suas habilidades na área de telemarketing para um processo seletivo – que ele não passou – em sua página na rede social Twitter.

Aproveitou a publicação para fazer um apelo aos internautas para ajuda-lo na recolocação profissional.

Wagno Viana tem 56 anos e vem encontrando dificuldades para conseguir um emprego. Ele tem experiência como porteiro e telemarketing, segundo a publicação que ultrapassou 180 mil visualizações.

O apelo levantou a discussão sobre os desafios desse público para continuar trabalhando após os 50 anos.

Viana não é um caso isolado. Depois de trabalhar durante 18 anos no setor de logística de uma grande rede de supermercados, o administrador Altamir Marques Carã, 52 anos, viu as portas se fecharem para ele quando saiu da empresa.

Em janeiro deste ano, conseguiu um trabalho temporário como consultor PJ (pessoa jurídica) para um projeto, mas foi dispensado logo no início da pandemia do novo coronavírus, em março.

“Assim que começou a quarentena, as atividades da empresa foram reduzidas e o projeto cancelado. Desde então, busco recolocação com a ajuda de consultorias de recursos humanos, LinkedIn e a minha rede de amigos, mas não consegui nada.”

Carã atribui a dificuldade que vem encontrando para se recolocar à idade.“Tenho colegas com 30 e poucos anos que saíram da empresa anterior junto comigo e já estão trabalhando. A questão da idade fica cada vez mais evidente para mim.”Altamir Marques Carã

Viana e Carã não estão sozinhos. No fim de 2019, 57% dos profissionais com idade entre 55 e 59 anos estavam empregados.

Neste ano, a taxa de ocupação ficou em 51%, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) devido à pandemia.

A chance desse público voltar ao mercado de trabalho depois de um ano sem emprego, de acordo com a pesquisa, é de 15,1%. E o risco desses profissionais perderem sua vaga este ano é de 15,3%.

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