Segundo os investigadores, a Afipe transferiu milhões de reais apenas para uma família de políticos de Trindade. Apenas o vice-prefeito, Gleysson Cabriny, recebeu R$ 287.500, além de mais R$ 1,6 milhão para uma de suas empresas e mais R$ 5,7 milhões para outra. Parentes dele também foram beneficiados.
Os investigadores explicam que fazer negócios com as associações do padre não é um problema em si. O problema é que, segundo o Ministério Público, muitas dessas transações com a família Cabriny geraram prejuízo financeiro ao longo de dez anos. Por exemplo: a Afipe vende uma fazenda por um valor para o pai do vice-prefeito e pouco tempo depois esse mesmo imóvel é revendido por um preço até quatro vezes maior.
Em nota, os advogados da família Cabriny dizem que ela realizou inúmeros negócios com as Afipes, todos lícitos, declarados e registrados. E que, em negócios intermediados por um membro da família, as Afipes lucraram R$ 200 milhões. A nota diz ainda que o vice-prefeito Gleysson Cabriny não foi alvo de busca e apreensão, nem intimado para qualquer ato, mas está à disposição das autoridades.
A quebra dos sigilos das Afipes também mostrou repasses para o atual prefeito de Trindade, Jânio Darrot, eleito em 2016 pelo PSDB. Como pessoa física, ele recebeu quase R$ 4,5 milhões e uma empresa dele, a JCF Participações Ltda, recebeu quase R$ 9 milhões. Em nota, a defesa de Jânio afirma que o dinheiro veio da venda de um imóvel.
A assessoria do padre Robson afirma que ele não participa da política partidária e que todas as transações financeiras realizadas pela Afipe são operações legais, sempre feitas em favor da evangelização. A nota diz ainda que a defesa do padre insiste com os membros do Ministério Público para que o religioso seja ouvido, o que ainda não aconteceu.
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