A senadora Zenaide Maia (Pros – RN) considera graves
as denúncias feitas pelos irmãos Luís Ricardo Miranda, servidor do
Ministério da Saúde, e Luís Miranda, deputado federal (Dem – DF) à CPI da Covid-19. Eles afirmaram que o presidente da República, Jair Bolsonaro,
tinha conhecimento de corrupção na compra da vacina Covaxin, envolvendo
o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, e nada fez para
combater o esquema. Para Zenaide, a CPI já mostrou que o governo apostou
na imunidade de rebanho sem vacinação, condenando milhares à morte;
além de ter atrasado a compra de vacinas; e, agora, precisa investigar a
fundo o caso Covaxin: “A CPI deu visibilidade, deu nome aos bois, e nós
não vamos recuar! Ninguém vai deitar em berço esplêndido aqui, com mais
de meio milhão de óbitos!”, disse Zenaide, na CPI. A senadora também
elogiou a coragem de Luís Ricardo, servidor concursado do Ministério, e
lembrou a importância da estabilidade no funcionalismo para que
denúncias de corrupção venham à tona. “A Reforma Administrativa quer
acabar com a estabilidade para transformar o servidor em funcionário do
governo, e não do Estado! Se a Reforma tivesse sido aprovada, num caso
desse, o servidor era demitido!”, pontuou Zenaide.
A parlamentar fez, ainda, um questionamento importante sobre o caso
Covaxin: “O Instituto Butantan ofereceu mais 30 milhões de doses da
Coronavac, já aprovada pela Anvisa. Por que a preferência de comprar uma
vacina de preço maior e que não estava nem autorizada pela Anvisa?”,
indagou Zenaide, ao lembrar que a Coronavac e a Covaxin são
desenvolvidas com a mesma tecnologia, a do vírus inativado. A Coronavac,
no entanto, sairia mais barata, seria entregue mais rápido e sem a
burocracia de importação. Ainda assim, o Ministério da Saúde preferiu
comprar a Covaxin.
Outra suspeita recai sobre a empresa que receberia o pagamento
antecipado de R$ 220 milhões, a Madison Biotech, de Singapura. Senadores
da CPI suspeitam que se trata de uma empresa “de fachada”.
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