É graças ao acúmulo de conhecimentos em Astronomia Fundamental, ou Astrometria, que os especialistas conseguem calcular, com tamanha exatidão, o instante em que o fenômeno sazonal acontece, conforme explicou o astrônomo Marcelo De Cicco.
"Temos, hoje, equações e métodos computacionais que nos permitem calcular o exato movimento da Terra com precisão de décimos de segundos. Considerando a inclinação do eixo da Terra e o fato de que a órbita terrestre ao redor do Sol não é perfeitamente circular, é possível determinar o dia e a hora exata dos equinócios e dos solstícios [época em que a distribuição da luminosidade solar ao redor do globo não é uniforme, ou seja, no Verão e no Inverno]”, explicou o pesquisador do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e astrônomo ligado ao Observatório Nacional.
No Brasil, a chamada Estação das Flores deverá ser impactada pela ocorrência da chamada La Niña, um fenômeno climático natural caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial.
Para especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno será de curta duração e não muito intenso. Ainda assim, deve afetar a regularidade das chuvas em várias regiões. “Estamos esperando [a ocorrência do] La Niña durante a primavera, mas deverá ser de curta duração e não muito intenso”, disse, ontem (21), a coordenadora de Meteorologia Aplicada, Desenvolvimento e Pesquisa do Inmet, Márcia dos Santos Seabra, durante evento virtual sobre as perspectivas climáticas para a estação.
No boletim meteorológico que divulgou na última segunda-feira (20), o Inmet prevê, para os próximos dias, a volta das chuvas em parte da Região Centro-Oeste – sobretudo no centro-norte do Mato Grosso e no centro-oeste de Goiás. Não há, contudo, previsão de chuva antes do dia 6 de outubro em Matopiba, área que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e que é um importante celeiro agrícola nacional.
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