O ex-prefeito Maurício Caetano da cidade de João Câmara/RN, visitou na manhã desta terça-feira (06/09), o projeto Ballet da
Ralé na O projeto Ballet da
Ralé nasceu há um ano e meio na comunidade Novo Horizonte, antiga
Favela do Japão, no bairro das Quintas, e dança para transformar seus
sonhos em realidade.
“O projeto nasceu com o intuito de tirar
esse rótulo elitizado que a dança clássica ainda possui, e mostrar que
ela também pode ser feita para pessoas pobres, periféricas”, ressalta
Saryne Fernandes, bailarina, professora e idealizadora do projeto.
Saryne
é moradora da comunidade, e como as crianças que ela ensina hoje em
dia, foi uma menina que também sonhava em ser bailarina. “Eu queria
muito, mas a gente não tinha dinheiro para pagar uma escola. Até que
minha mãe batalhou e conseguiu uma bolsa de estudos pelo Sesc. Aí não
parei mais. Dancei pelo EDTAM, pela Capitania das Artes, e me graduei em
dança pela UFRN”, conta.
Ao se tornar uma
bailarina profissional, Saryne pensou em uma forma de compartilhar sua
conquista com mais pessoas de seu lugar. Ela conta que chegou a fazer
uma pesquisa na comunidade para saber se haveria demanda por aulas de
balé. E para sua surpresa, havia muita. Assim surgiu o Ballet da Ralé,
adotando um nome a princípio pejorativo, para ressignificá-lo, e exaltar
o potencial artístico de pessoas que nasceram em lugares vulneráveis,
abandonados pelo poder público.
Hoje, o Ballet da Ralé reúne 120 crianças da comunidade – e foi
além da dança clássica e da própria dança. Saryne conta que com o tempo
foram surgindo outras demandas, o que levou o grupo a acrescentar
breakdance e capoeira ao currículo, e também aulas de reforço escolar,
já que o projeto nasceu em plena pandemia e muitas crianças estavam fora
da escola e sem poder acompanhar as aulas online por não ter computador
ou um bom celular. Estima-se que a comunidade tenha cerca de 6.270
pessoas.
O
projeto até o momento não tem apoio do poder público, e sobrevive
através de doações e trabalho voluntário. Há ainda o apoio da ONG Seja.
As dificuldades, no entanto, não são capazes de fazer os envolvidos
perderem o passo. Saryne acredita que o Ballet pode mudar histórias. “A
gente parte de dança para provar que as crianças da comunidade podem ser
tudo que elas quiserem. A gente pode mudar nossa história, basta ter a
oportunidade”, diz.
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