terça-feira, setembro 06, 2022

Maurício Caetano visita o projeto Ballet da Ralé em Natal/RN.

O ex-prefeito Maurício Caetano da cidade de João Câmara/RN, visitou na manhã desta terça-feira (06/09), o projeto Ballet da Ralé na
Favela do Japão em Natal/RN.projeto Ballet da Ralé nasceu há um ano e meio na comunidade Novo Horizonte, antiga Favela do Japão, no bairro das Quintas, e dança para transformar seus sonhos em realidade. 
 
“O projeto nasceu com o intuito de tirar esse rótulo elitizado que a dança clássica ainda possui, e mostrar que ela também pode ser feita para pessoas pobres, periféricas”, ressalta Saryne Fernandes, bailarina, professora e idealizadora do projeto. 

Saryne é moradora da comunidade, e como as crianças que ela ensina hoje em dia, foi uma menina que também sonhava em ser bailarina. “Eu queria muito, mas a gente não tinha dinheiro para pagar uma escola. Até que minha mãe batalhou e conseguiu uma bolsa de estudos pelo Sesc. Aí não parei mais. Dancei pelo EDTAM, pela Capitania das Artes, e me graduei em dança pela UFRN”, conta. 

Ao se tornar uma bailarina profissional, Saryne pensou em uma forma de compartilhar sua conquista com mais pessoas de seu lugar. Ela conta que chegou a fazer uma pesquisa na comunidade para saber se haveria demanda por aulas de balé. E para sua surpresa, havia muita. Assim surgiu o Ballet da Ralé, adotando um nome a princípio pejorativo, para ressignificá-lo, e exaltar o potencial artístico de pessoas que nasceram em lugares vulneráveis, abandonados pelo poder público. 
 
Hoje, o Ballet da Ralé  reúne 120 crianças da comunidade – e foi além da dança clássica e da própria dança. Saryne conta que com o tempo foram surgindo outras demandas, o que levou o grupo a acrescentar breakdance e capoeira ao currículo, e também aulas de reforço escolar, já que o projeto nasceu em plena pandemia e muitas crianças estavam fora da escola e sem poder acompanhar as aulas online por não ter computador ou um bom celular.  Estima-se que a comunidade tenha cerca de 6.270 pessoas.

O projeto até o momento não tem apoio do poder público, e sobrevive através de doações e trabalho voluntário. Há ainda o apoio da ONG Seja. As dificuldades, no entanto, não são capazes de fazer os envolvidos perderem o passo. Saryne acredita que o Ballet pode mudar histórias. “A gente parte de dança para provar que as crianças da comunidade podem ser tudo que elas quiserem. A gente pode mudar nossa história, basta ter a oportunidade”, diz. 

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