Muita gente achou ousadia quando a escalação do Corinthians para o clássico contra o Palmeiras, nesta quinta-feira, na Neo Química Arena, surgiu com um meio-campo formado por Roni, Giuliano, Renato Augusto e Adson. Três jogadores com características ofensivas diante de um bom rival, há anos uma das melhores equipes do país.
Mas o técnico Fernando Lázaro fez uma escolha correta, que o campo mostrou no empate por 2 a 2.
Sacado do time, Du Queiroz vem oscilando. Mas a decisão de lançar dois meias de origem (Renato e Giuliano) na articulação parecia excesso de risco. Só que Giuliano não é um meia "irresponsável".
Jogador de doação, articulação, mas também recomposição, Giuliano deu o equilíbrio necessário para o time num jogo que, sem chuva, se desenhava para ser mais técnico. Empurrado por 45 mil pessoas, o Corinthians soube aproveitar dos erros propiciados pelo campo molhado e fez 1 a 0 numa roubada de bola de... Giuliano. Renato Augusto serviu Róger Guedes, que abriu o placar em Itaquera.
Por conta das poças d'água, o jogo ficou imprevisível, uma grande pelada. Novas chances surgiram, mas o Verdão conquistou o empate num lance de vacilo da defesa, em bola cruzada e desviada por Rony em erro de Gil. O Timão, que iniciou com Guedes e Renato em alta, foi perdendo força.
E embora a vitória não tenha acontecido, o Corinthians de Lázaro saiu fortalecido do Dérbi. O técnico bancou uma decisão diferente de escalação e conseguiu fazer o time render em boa parte do jogo. Não fosse Weverton e suas grandes defesas, o Timão poderia até ter vencido em casa.
Uma derrota em casa jogaria mais pressão em Lázaro, que já não vence há três jogos. O empate mantém o técnico numa zona de desconfiança do torcedor, mas também de esperança. A diretoria pede tempo a Lázaro. Os jogadores elogiam a forma de trabalho. A torcida chia, ora e... torce.
O que o empate não pode mascarar é a diferença entre os elencos. O Corinthians segue atrás do rival. Mas na vontade, com Arena lotada e uma boa estratégia, consegue fazer melhor que em 2022.
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