segunda-feira, novembro 18, 2024

Lula critica guerras e cita desastres e fome ao abrir o G20: ‘Mundo está pior’.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início nesta segunda-feira, 18, no Rio de Janeiro, à Cúpula de Líderes do G20 — o grupo das maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana. Em discurso de abertura, o petista lançou oficialmente a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, grande legado da presidência brasileira à frente do grupo, e ressaltou a importância dos assuntos que serão debatidos, pedindo “responsabilidade” para que haja sucesso em negociações.

Durante a fala, Lula relembrou que esteve na primeira reunião de líderes do G20, convocada em Washington no contexto da crise financeira de 2008.

“Dezesseis anos depois, constato com tristeza que o mundo está pior. Temos o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada”, disse. “Os fenômenos climáticos extremos mostram seus efeitos devastadores em todos os cantos do planeta. As desigualdades sociais, raciais e de gênero se aprofundam, na esteira de uma pandemia que ceifou mais de 15 milhões de vidas. O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza”.

Ao declarar oficialmente lançada a Aliança contra a Fome, Lula relembrou que o Brasil saiu do mapa da fome da ONU em 2014, mas voltou em 2022, “em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social”, disse.

“Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. Em um ano e onze meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24 milhões de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, sairemos novamente do Mapa da Fome. E com a Aliança, faremos muito mais”, afirmou.

A Aliança Global contra a Fome a Pobreza tem como objetivo estabelecer uma forma de captação de recursos e conhecimentos entre países para a implementação de políticas públicas e tecnologias sociais eficazes para a erradicação da fome e da pobreza no mundo. O mecanismo será gerido pelo governo brasileiro e pela FAO, órgão da ONU para agricultura e alimentação.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entre 713 milhões e 757 milhões de pessoas podem ter enfrentado a fome em 2023, o que representa uma em cada 11 pessoas no mundo. No Brasil, 8,4 milhões de pessoas passaram fome entre 2021 e 2023.

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