quinta-feira, setembro 13, 2012

Hospital Walfredo Gurgel vive a pior crise de sua história.

A dor e o sofrimento dos pacientes do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HWG), maior hospital público do RN, não se limita apenas aos corredores superlotados. Ontem, um paciente se recuperava de uma cirurgia no baço na porta do Centro Cirúrgico deitado numa maca cujo suporte para sua cabeça era a tampa de um tambor de lixo. Absurdos como esse e muitos outros foram vistos durante uma visita realizada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremern), que convidou conselheiros dos Direitos Humanos no RN para conhecerem a realidade do Walfredo. O Rio Grande do Norte está em estado de calamidade há mais de 60 dias, e o plano emergencial lançado pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) para conter o caos ainda não apresenta resultados visíveis, pelo menos para os pacientes da unidade. Revoltados, eles chegaram a ameaçam queimar colchões. Médicos e funcionários fizeram um protesto na frente do Pronto-Socorro Clóvis Sarinho.

Para onde se olha no Walfredo Gurgel é possível ver problemas, inúmeros, graves, proporcionais à superlotação. Macas de ambulâncias do Samu ficam retidas dentro do hospital com e sem pacientes. Algumas completamente sujas de sangue. Eletrocardiogramas são feitos no meio do corredor por falta de espaço. Pacientes aguardam uma cirurgia ortopédica há mais de um mês, sem nenhuma previsão de quando farão o procedimento.

O cenário de hospital de campana, daqueles que são vistos em guerra ou em filmes de ficção, chocou os representantes dos Direitos Humanos. "É uma situação calamitosa, inimaginável. Os pacientes estão rebelados. Chegou o momento da sociedade e das instituições buscarem restaurar a dignidade dessas pessoas. Desejamos que o governo estadual reabra o diálogo e que dê resolutividade a esses problemas. Apesar de tudo, esse hospital é um grande salvador de vida. Eu já tive minha vida salva, passei três dias amarrado no corredor. O Walfredo precisa ser um hospital de vida, e não a sala da morte como é agora", afirmou Marcos Dionísio, presidente doConselho Estadual dos Direitos Humanos.

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