O deputado Fernando Mineiro (PT) repercutiu nesta terça-feira (15) as
medidas tomadas pela presidente Dilma Rousseff na condução da economia
brasileira. A mandatária anunciou nessa segunda-feira (14) cortes no
orçamento e defendeu a volta da CPMF, que para Mineiro, é um ‘imposto
justo’.
O parlamentar, no entanto, criticou a falta de impostos sobre
fortunas, apontando que o débito da fatura sempre recai para a maioria
da população. Defendida pela equipe econômica do governo Dilma, a
taxação sobre transações bancárias, a CPMF, se aprovada no Congresso,
servirá para cobrir os gastos com a previdência. O imposto vigorou de
1998 a 2007, quando foi derrubado pelo Senado Federal.
“A retirada da CPMF acabou com o único imposto justo no Brasil. Ele
impedia você de não declarar recursos de ganhos financeiros. E o
indivíduo pagava de acordo com o ganho que tinha. E a oposição votou por
retirar o imposto para prejudicar o presidente Lula. É uma tentativa de
saída agora. Ele é justo porque é proporcional. Por isso acho que é
justo”, explicou Mineiro.
A proposta de resgatar a CPMF acabou inflamando ainda mais os ânimos
do Congresso. Parlamentares da oposição querem aproveitar a rejeição do
brasileiro a mais impostos para fortalecer a tese do impeachment,
azeitado pelo escândalo político do petrolão. Instado a relacionar CPMF
com impeachment, Mineiro afirmou que a reportagem incorria em um ato
falho.
“Impeachment não tem nada a ver. Não é porque se aumenta imposto que vai ter impeachment. Isso é uma discussão política”, afirmou o petista.
Ainda a propósito da crise financeira, o deputado foi questionado se
não poderia desempenhar um papel de intermediador entre o Estado e o
Planalto. Em seu argumento, Mineiro diz que, além de não ter o prestígio
que lhe é imputado, não há como um indivíduo arbitrar benefícios na
atual crise financeira. Ele aproveitou ainda a entrevista para criticar a
falta de outro imposto que o governo Dilma não tem levantado sequer a
discussão.
“A saída da crise é debitada na conta de quem? Esse que é o debate. E
os setores que menos sofrem com a crise, o setor rentista, são os que
menos pagam os efeitos da crise. Por isso defendo a taxação sobre
fortunas”, comentou o petista.
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